Segundo o presidente da Venezuela, EUA lideram “campanha” contra sistema eleitoral do país, que diz ser “um dos mais confiáveis”
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na 2ª feira (1º.abr.2024) que seu país “tem o sistema eleitoral mais confiável, transparente e auditado do mundo”. O chefe do Executivo venezuelano classificou as preocupações internacionais sobre a não confirmação da candidatura da opositora Corina Yoris para as eleições de julho como um “circo” da direita.
“Começou o circo, começou a campanha, há nervosismo em Washington, há nervosismo nos sobrenomes da oligarquia, há nervosismo na direita regional. Deixem de ser nervosos”, disse o presidente venezuelano no programa “Con Maduro+”, transmitido pela TV estatal venezuelana.
“A Venezuela tem o sistema eleitoral mais confiável, transparente e auditado do mundo”, completou, acusando os Estados Unidos de liderarem uma “campanha” contra o sistema eleitoral do país.
Em 25 de março, a opositora de Maduro declarou que estava sem acesso ao sistema do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) e não conseguia realizar sua inscrição para o pleito de 28 de julho. No dia seguinte, em 26 de março, o Itamaraty divulgou uma nota em que expressa preocupação com o processo eleitoral do país.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, o impedimento configura uma violação ao Acordo de Barbados, no qual a Venezuela assegura a realização de eleições livres em troca do fim das sanções ao petróleo local.
“O Brasil está pronto para, em conjunto com outros integrantes da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia fortaleça na Venezuela”, afirmou o ministério.
A declaração do governo brasileiro desagradou Caracas, que a classificou como “cinzenta e intrometida […] que parece ter sido ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.
Na sequência, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ser “grave” o impedimento à candidatura de Yoris ao pleito presidencial.
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ELEIÇÕES NA VENEZUELA
O Acordo de Barbados foi feito em 2023 pelo governo venezuelano e pela oposição do país com o objetivo da realização de eleições limpas e justas em 2024.
No entanto, antes de Corina Yoris, a ex-deputada María Corina Machado também teve seu registro de candidatura negado. A opositora venceu disputa interna e indicou Yoris como sua substituta.
Sem ambas as postulantes, o nome da oposição a Nicolás Maduro será Manuel Rosales, atual governador de Zulia. Corina Machado disse que não apoiará Rosales e que seu nome segue sendo Corina Yoris.
NICOLÁS MADURO
O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, 61 anos, comanda um regime autocrático e sem garantias de liberdades fundamentais. Mantém, por exemplo, pessoas presas pelo que considera “crimes políticos”.
Há também restrições descritas em relatórios da OEA (Organização dos Estados Americano), sobre a “nomeação ilegítima” do Conselho Nacional Eleitoral por uma Assembleia Nacional ilegítima, e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos –de outubro de 2022, de novembro de 2022 e de março de 2023).
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