O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que concorre a um terceiro mandato de seis anos nas eleições presidenciais de domingo, acusou hoje órgãos de comunicação social internacionais de serem “assassinos de mentiras”.
“Tentaram mil vezes tornar-nos invisíveis, agora a operação é levada a cabo por assassinos, os assassinos da mentira, a agência EFE de Espanha, a agência AFP, a agência Associated Press, a CNN e várias televisões daqui. Mais uma vez, conhecemos a história, já vi esse filme”, disse Maduro durante um comício em San Cristobal, na fronteira com a Colômbia.
Segundo referiu, os órgãos de comunicação social censuram e “manipulam” informações sobre sua campanha eleitoral.
“Eles já estão a denunciar uma fraude. Ninguém vai manchar o processo político. Se passarem o sinal (vermelho), vão se arrepender por 200 anos e será o último erro de suas vidas, será o seu último erro político, se houver justiça contra os fascistas”, continuou.
Nicolás Maduro já se insurgiu por duas vezes, na semana passada, contra agências e meios de comunicação internacionais, chamando-os de “lixo” e de “ponta de lança” de um suposto plano da oposição que visa denunciar a fraude nas eleições de domingo.
Nestas eleições, Maduro enfrenta nas urnas Edmundo Gonzalez Urrutia, o candidato da oposição que a maioria das sondagens coloca na liderança, mas que são desvalorizadas pelo seu partido, alegando que são fabricadas.
Durante a campanha, que termina oficialmente na quinta-feira, cerca de uma centena de opositores foram presos, segundo organizações de direitos humanos.
A Associação de Imprensa Estrangeira (APEX) rejeitou os ataques verbais feitos por Nicolás Maduro, apelando para que a imprensa internacional “não seja envolvida no debate político ou em acusações infundadas”.
A Venezuela ocupa o 156º lugar, entre 180 países, no `ranking´ mundial da liberdade de imprensa estabelecido pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Segundo o Colégio Nacional de Jornalistas (CNP), mais de 400 meios de comunicação fecharam portas na Venezuela nos últimos 20 anos.
O Governo retirou do ar o popular canal RCTV e ordenou que as operadoras de cabo retirassem a CNN em espanhol, a Deutsche Welle e os canais colombianos NTN24 e RCN.
Mais de 21,6 milhões de venezuelanos são chamados a votar nas presidenciais venezuelanas de domingo.
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