A opositora e candidata
à presidência da Venezuela – embora esteja inabilitada pelo regime chavista -,
María Corina Machado, fez um novo alerta nesta quinta-feira (14) sobre a situação
de seu país.
Segundo Corina Machado, cujo partido afirmou que irá registrar o nome no
Conselho Eleitoral Nacional, caso o ditador Nicolás Maduro, que representará o
chavismo neste pleito, se imponha “pela força” na disputa eleitoral, a América Latina poderá sofrer com uma nova pressão
migratória “nunca vista antes”.
Machado também disse, durante
uma videoconferência promovida pela Câmara dos Deputados da Argentina, que a
vitória de Maduro, que ao que tudo indica tentará se perpetuar no poder por
meio da eleição marcada para o dia 28 de julho, seria a “consolidação de um
sistema mafioso que ofereceu nosso território [a Venezuela] como santuário ao
Cartel de Sinaloa, ao Exército de Libertação Nacional (ELN) e à guerrilha
colombiana […] e como porta de entrada para os regimes da Rússia e do
Irã”.
A opositora antichavista disse
que a manutenção do poder de Maduro na Venezuela por meio da força teria “um
impacto terrível” em “todos os países da América Latina”.
A videoconferência de Machado com
o parlamento argentino contou com a presença de membros do governo presidido
pelo libertário Javier Milei, que apoia a oposição venezuelana, e congressistas
de diversas forças políticas.
Machado agradeceu a Milei e aos
deputados pela assistência e comentou que a Argentina “vive um momento
emocionante de progresso em direção à liberdade”.
A líder opositora insistiu
durante seu discurso justamente na ideia de “liberdade”, emblema das ideias
políticas de Milei, a quem Machado pediu para mostrar sua “influência
regional”.
“Nem o país [Venezuela] nem as
suas instituições vão aceitar que as nossas opções para avançar rumo à
liberdade estejam bloqueadas”, declarou Machado, que pediu ao Executivo do
ditador Maduro que “garanta que os venezuelanos residentes na Argentina possam
registrar-se para votar nas próximas eleições”.
Sobre os mais de 220 mil
venezuelanos que se estima viverem na Argentina, Machado agradeceu ao país pela
forma como recebeu os migrantes “de braços abertos”, mas comentou que a
Venezuela “precisa deles de volta”.
Por sua vez, o vice-chanceler
argentino Leopoldo Sahores, que substituiu a ministra das Relações Exteriores
Diana Mondino no evento, ratificou o compromisso do governo Milei com a
Venezuela.
“A Argentina está de volta à
Venezuela desde 10 de dezembro de 2023. Claramente, sem vergonha”, disse
Sahores, referindo-se à mudança de postura em relação à situação venezuelana
entre o Executivo de Milei e o governo anterior, liderado pelo peronista Alberto
Fernández, próximo a Maduro.
Sahores considerou que “a causa
da democracia na Venezuela é a causa da América Latina e da Argentina” e pediu
a Maduro que as próximas eleições sejam “transparentes e limpas”.
A relação entre Argentina e Venezuela passou por um pico de tensão esta semana, quando o governo Maduro anunciou o fechamento do espaço aéreo para aeronaves argentinas e Buenos Aires respondeu com a ativação de “ações diplomáticas”. (Com Agência EFE)
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