O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, conversaram sobre iniciativas para a paz na Faixa de Gaza e as eleições na Venezuela. A informação é da embaixada norte-americana.
‘Estamos trabalhando juntos’, diz Blinken após reunião com Lula
Após o encontro, a embaixada dos Estados Unidos divulgou um relatório sobre os principais pontos da conversa.
“O secretário discutiu o empenho dos EUA em relação ao conflito em Gaza, incluindo o trabalho urgente com parceiros para facilitar a libertação de todos os reféns e para aumentar a assistência humanitária e melhorar a proteção dos civis palestinos”, afirmou o informativo da embaixada.
Essa foi a única menção, segundo o governo norte-americano, sobre o conflito em Gaza. O encontro de Blinken e Lula ocorreu em meio à polêmica causada por uma fala do presidente no fim de semana. Em viagem oficial à Etiópia, Lula criticou a ação militar de Israel na região. Lula comparou os ataques israelenses ao holocausto perpetrado pelo regime nazista contra os judeus. A fala de Lula gerou indignação do governo de Israel, que exigiu desculpas do presidente.
A nota da embaixada norte-americana não fala se Blinken e Lula discutiram o discurso do presidente.
Discordância sobre genocídio em Gaza
A repórter Raquel Krahenbuhl, da GloboNews, conversou com fonte do Palácio do Planalto que disse que o tema do holocausto e da declaração de Lula foram, sim, abordados.
Segundo essa fonte, Blinken começou o assunto lembrando que o padastro dele foi sobrevivente do holocausto. Lula ouviu os pontos do secretário de Estado. Blinken discordou da visão de Lula de que Israel comete genocídio em Gaza.
Antony Blinken chega ao Brasil e se encontra com Lula
Segundo os Estados Unidos, Blinken elogiou Lula pela postura do Brasil na crise entre Venezuela e Guiana.
No fim do ano passado, o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, realizou um plebiscito para ouvir a população sobre anexar a região de Essequibo, que pertence à Guiana. A área é rica em recursos minerais. A ação da Venezuela gerou tensão entre os dois países, que ficam na fronteira norte do Brasil.
O governo Lula buscou mediar o conflito e evitar uma escalada nas animosidades. Apesar de o plebiscito ter concordado a inclusão de Essequibo como território venezuelano, a região continua pertencendo à Guiana.
“O secretário Blinken elogiou o presidente Lula pelo papel do Brasil na desescalada das tensões entre a Guiana e a Venezuela sobre a região de Essequibo”, afirmou a embaixada.
A nota cita também as eleições na Venezuela, marcadas para este ano, e lembra que o regime de Maduro se comprometeu com um um pleito democrático e transparente, o que não aconteceu nas últimas disputas eleitorias na Venezuela, segundo órgãos internacionais.
“O secretário reforçou a nossa posição de que Nicolas Maduro deve retornar à implementação do acordo do roteiro eleitoral de Barbados para garantir eleições presidenciais competitivas em 2024.”
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