Linhão Manaus-Boa Vista já pode ser inaugurado e vai permitir integração com a Venezuela, diz Silveira

Guariba – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que já é possível inaugurar a linha de transmissão entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR), o que vai interligar o último estado brasileiro fora do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Com isso, será preciso permitir a integração energética com a Venezuela, disse o ministro.

“Nós já somos interligados ao Paraguai, somos interligados ao Uruguai, somos interligados, naturalmente, à Argentina, e agora vamos poder voltar com a interligação com a Venezuela, afirmou.

“Portanto, temos um setor elétrico que nenhum país com a dimensão territorial do Brasil é interligado, nem os Estados Unidos”.

Silveira participou da inauguração da segunda planta de etanol de segunda geração da Raízen, em Guariba (SP) nesta sexta-feira (24/5).

Silveira ressaltou que a interligação nacional é fundamental para a ampliação da geração renovável no país. “O brasileiro pagou por essa matriz, e tem que se orgulhar muito dela”.

O ministro disse que a conclusão da linha foi feita com respeito às sensibilidades ambientais. A conclusão do projeto ocorre com mais de dez anos de atraso, em razão de discussões ambientais — a linha atravessa uma terra indígena –, mas quando superadas levaram a renegociação do contrato com a Transnorte (Eletrobras, Alupar).

“Não se fala em ‘passar boiada’. Nós respeitamos, e sempre faremos com o maior rigor, a legislação ambiental do país”, disse.


Importação na Venezula não ocorreu em 2023

Ano passado, o governo criou uma nova regra para remunerar agentes brasileiros que importam energia da Venezuela, com recursos utilizados para bancar a geração em sistemas isolados, mais cara.

Representa uma redução de custo em relação a essa cifra, que era da ordem de R$ 1.700 por MWh, quando a decisão foi tomada em 2023, para R$ 1.080 a R$ 900 por MWh. Em 2019, antes das importações serem interrompidas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), o valor era da ordem de R$ 140 por MWh (R$ 218, se corrigido pelo IGP-M).

Os valores foram autorizados à Âmbar Energia, do grupo J&F, mas problemas na infraestrutura do país vizinho impediram a importação. Novas empresas foram incluídas na lista de possíveis importadoras e as operações precisam ser liberadas caso a caso.


A jornalista viajou a convite e com despesas pagas pela Raízen

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