A chocante revelação feita pela ex-zagueira Nilla Fischer sobre os exames invasivos aos quais as jogadoras da seleção sueca foram submetidas antes da Copa do Mundo de 2011 trouxe à tona uma questão controversa e importante no cenário do futebol feminino. As atletas precisaram se depilar e expor suas genitálias a profissionais de saúde para comprovar sua feminilidade e, assim, serem autorizadas a participar do torneio.
Esses exames faziam parte de uma medida adotada na época, que exigia que todas as seleções femininas participantes das competições realizassem uma “investigação ativa” sobre o gênero de suas jogadoras, enviando laudos médicos que atestassem a presença do órgão genital feminino. Essa ação foi tomada em meio a suspeitas de que algumas equipes africanas, incluindo a Guiné Equatorial, pudessem levar para o torneio homens disfarçados de mulheres.
Durante oito anos, esses exames de gênero foram uma obrigação para as jogadoras, levantando questões sobre a ética e a igualdade de gênero no esporte. Afinal, os homens não precisam provar sua masculinidade para competir, tornando a exigência dos exames uma clara discriminação e reforçando o estigma de que o futebol feminino é inferior ou suspeito.
Felizmente, em 2019, a FIFA decidiu abolir essa prática a considerando misógina e ultrapassada. Em vez disso, as jogadoras agora são submetidas a exames antidopings regulares, assim como ocorre no futebol masculino. Esses testes podem detectar desvios em taxas hormonais que poderiam justificar uma investigação mais detalhada sobre o gênero de uma atleta, se necessário, sem a necessidade de exames invasivos.
Essa mudança foi um passo importante em direção à igualdade e ao respeito no esporte feminino. O futebol é um esporte apaixonante, e as mulheres têm o direito de competir e brilhar em igualdade de condições com os homens, sem passar por práticas discriminatórias e humilhantes.
Com a nona edição da Copa do Mundo feminina prestes a começar, com jogos acontecendo na Austrália e na Nova Zelândia, é um momento para celebrar o talento e a dedicação das atletas que representam seus países em busca do título mundial. Times como o Brasil, cuja estreia está marcada para a segunda-feira, dia 24, carregam o orgulho e a esperança de uma nação, e é essencial que essas jogadoras sejam tratadas com o devido respeito e reconhecimento por suas habilidades e conquistas.
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