Investigadores lançam abaixo-assinado para evitar que língua portuguesa fique dependente das grandes marcas tecnológicas

Um grupo de investigadores portugueses e brasileiros lançou um abaixo-assinado a solicitar aos governos dos países lusófonos para que juntem esforços e invistam em modelos de Inteligência Artificial (IA) generativa, que evitem que a língua portuguesa fique dependente das grandes empresas tecnológicas. A iniciativa foi lançada esta segunda-feira pela Conferência Internacional do Processamento Computacional da Língua Portuguesa (PROPOR) e tem por inspiração o que já se faz noutros países. Segundo os investigadores, é a própria autonomia linguística e cultural que está em causa.

A utilização da língua portuguesa virá em breve a ser feita através de permanente intermediação tecnológica. Se essa intermediação continuar assegurada apenas por um pequeno número de gigantes tecnológicas, essa dependência afunilada induzirá riscos e limitações inéditos à comunicação entre falantes, à cidadania digital e à autonomia cultural”, defende o abaixo-assinado.

António Branco, presidente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e primeiro subscritor do abaixo-assinado, considera que é a própria capacidade de comunicar no dia-a-dia dos falantes que tem de ser acautelada com o desenvolvimento de modelos de IA que não dependem das “gigantes” tecnológicas.

Há o risco de se criar uma dependência face a um pequeno grupo de empresas. Se uma destas entidades externas cortar os serviços, podemos ter dificuldade em comunicar uns com os outros. Hoje, se nos cortarem o e-mail podemos sempre tentar usar telemóvel para telefonar, mas nos serviços de IA Generativa, um corte de serviço pode ameaçar a própria capacidade de usar a linguagem para comunicar”, descreve António Branco.

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