Insegurança domina visita de Emmanuel Macron à Guiana francesa

Guiana Francesa – O Presidente francês, Emmanuel Macron, iniciou esta segunda-feira, 25 de Março, uma visita de dois dias à Guiana Francesa, um departamento ultramarino francês atormentado por problemas de segurança, e que votou esmagadoramente na candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, em 2022.

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Esta é a segunda visita de Emmanuel Macron a este território ultramarino, que já tinha visitado em Outubro de 2017 num clima social tenso, logo depois da sua eleição.

O chefe de Estado é esperado em Caiena depois de uma primeira visita que ficou para a história em Outubro de 2017, onde Emmanuel Macron disse não ser o “Pai Natal” em resposta a uma pergunta sobre a construção de um hospital. A frase proferida seis meses depois de uma greve geral que paralisou a Guiana, continua na memória dos guianenses que votaram 60% em Marine Le Pen contra Emmanuel Macron nas eleições presidenciais de 2022.

A visita do Presidente francês acontece um ano depois da morte de um polícia do Grupo de Intervenção da Polícia Nacional (GIGN), Arnaud Blanc, numa operação para travar o garimpo ilegal de ouro, e 60 anos depois da criação do centro espacial guianense, anunciada pelo General de Gaulle, no dia 21 de Março de 1964 em Caiena.

Emmanuel Macron vai tentar estar “em contacto com a população” e “ouvir os eleitos locais”, nomeadamente no que diz respeito a questões institucionais. 

Entre as preocupações do Presidente francês estão questões de segurança: imigrantes ilegais, mineração ilegal de ouro, tráfico de drogas. Estes são assuntos que vão marcar a agenda desta vista do chefe de Estado francês. Em 2023, a criminalidade, alimentada pelo flagelo da mineração ilegal de ouro, atingiu um nível recorde. A pesca e a agricultura estão entre os sectores que mais sofrem neste território onde um em cada dois habitantes tem menos de 25 anos. 

Emmanuel Macron quer incentivar o desenvolvimento da agricultura local com vista a reduzir a dependência alimentar da Guiana, sabendo que cerca de 96% do frango consumido é importado, assumindo “objectivos ambiciosos” para 2030, avança a presidência francesa.

O Presidente francês quer mostrar que procura soluções e vai querer enviar uma mensagem positiva sobre o potencial do território, destacando os recursos florestais e a biodiversidade. A dimensão ambiental é o fio condutor desta viagem, uma vez que Emmanuel Macron pressegue a visita amanhã até ao Brasil, onde vai pedir ao homólogo Luiz Inácio Lula da Silva que reforce a cooperação na luta contra a mineração ilegal de ouro e contra a imigração ilegal, que encontrou uma nova rota do Médio Oriente para a Europa através do Brasil e da Guiana.

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