Inconsistência no ataque e na defesa marca empate do Corinthians no Uruguai | blog do rodrigo coutinho

Saudoso de jogos oficiais do Corinthians por quase três semanas, o torcedor do clube não deve ter mantido o sentimento depois que a bola rolou. A equipe não conseguiu impor sua maior qualidade diante do modesto Racing no Estádio Centenário, e padeceu de formas diferentes ao longos dos 90 minutos. Quase nada de positivo pode ser tirada da estreia do time na Copa Sul-Americana.

Faltou fluência ofensiva quando os uruguaios estavam fechados. Sobrou passividade e insegurança quando os donos da casa correram atrás do empate. Não parecia o time que avançou casas importantes desde a estreia da nova comissão técnica.

O técnico Eduardo Espinel manteve a base da equipe que já vem escalando no Campeonato Uruguaio, incluindo o experiente Urretaviscaya, nome mais experiente do time. Já António Oliveira seguiu sem poder contar com Maycon. Breno Bidon foi o substituto. Romero ficou mais uma vez no banco. Yuri Alberto, Pedro Raul e Wesley formaram o trio de ataque.

Como Racing(URU) e Corinthians iniciaram o duelo válido pela 1ª rodada do Grupo F da Copa Sul-Americana 2024 — Foto: Rodrigo Coutinho

A oitava posição no Campeonato Uruguaio certamente não causava grandes expectativas antes da bola rolar, mas a realidade é que o Racing dificultou muito as coisas para o Corinthians na 1ª etapa. Com um forte bloqueio a partir da linha média, impediu que os paulistas achassem as conexões buscadas no campo de ataque.

O Timão repetiu os padrões dos últimos jogos. Hugo fez a saída de bola e ficou mais preso à primeira linha, junto aos zagueiros. Fágner ganhou liberdade para atacar aberto pela direita. Isso liberou movimentos em diagonal de Yuri Alberto, que tentou se aproximar de Pedro Raul no centro do ataque. Pela esquerda, Wesley foi o responsável por dar amplitude ao time.

Breno Bidon e Garro atuaram lado a lado, como uma dupla de meias à frente de Raniele. Dentro dessa distribuição, o Corinthians tentou achar as interações. Até conseguia mexer a bola rapidamente de um lado a outro, buscava acompanhar a intensidade uruguaia nos combates, mas as soluções para superar a forte pressão na bola não vinham.

Foram apenas duas chegadas perigosas no 1º tempo. Não por acaso, ambas após bolas retomadas no campo de ataque. Pressionar rapidamente após um desarme ou interceptação adversária era a melhor solução. A origem do chutaço de Fágner aos seis minutos, e do belo passe de Garro para Yuri Alberto na área, foi exatamente essa.

Yuri Alberto em Racing x Corinthians — Foto: Ernesto Ryan/Getty Images

Wesley também conseguiu alguns bons momentos ao receber a bola de frente e encarar a marcação, mas as coberturas estavam proximas, e as tabelas tentadas com Bidon acabaram neutralizadas. Por mais que a ideia principal fosse defender e sair em velocidade, os uruguaios também mostravam-se agressivos em fase ofensiva.

A proposta era acionar rapidamente o lado esquerdo em inversões para Ferreira ou Urretaviscaya, e procurar o bom Tomas Veron na sequência. Lançamentos em profundidade para Nandin também foram tentados, e Gustavo Henrique enfrentou problemas para dar uma resposta positiva. Outra arma interessante dos donos da casa esteve nas bolas paradas aéreas. Chegaram a acertar a trave assim.

António Oliveira sacou o amarelado Hugo no intervalo para a entrada de Matheus Bidu. O time tentou trocar mais de posições, com Garro se movendo para o flanco direito em alguns momentos. Fagner avançando por dentro. Mas a situação piorou. A troca de passes se tornou ainda menos ameaçadora e foi anulada pelo Racing.

Rodrigo Garro em Racing-URU x Corinthians — Foto: Staff Images/Conmebol

O treinador português tentou radicalizar em mais duas mexidas pouco antes dos 15 minutos. Gustavo Henrique deu lugar a Fausto Vera e Raniele foi jogar na zaga. Ángel Romero também entrou no lugar de Pedro Raul. Yuri Alberto seguiu pela direita. A presença mais física do paraguaio pelo centro do ataque, somada a natural queda de intensidade uruguaia na marcação, causaram a combinação que faltava.

Foi dele a jogada que terminou com passe para Rodrigo Garro e o cruzamento na medida do argentino para Yuri Alberto marcar de cabeça. Mesmo sem uma construção tão bem elaborada, o alvinegro criou o seu gol a partir da insistência. Comportamento que também moveu o aguerrido Racing em busca do empate.

O time da casa mudou totalmente a postura ao ficar em desvantagem no placar. Tornou-se mais ofensivo com as entradas de Mederos, Sosa e Alaniz, e encarou uma defesa passiva, sem segurança para neutralizar os ataques adversários. António Oliveira ainda tentou reorganizar o setor com a entrada de Cacá no lugar de Breno Bidon. Raniele voltou para o meio-campo, mas foi em vão.

O Racing já tinha feito um gol bem anulado, e demorou pouco mais de cinco minutos para igualar o placar em trama dentro da área corintiana. Félix Torres fez um 2º tempo pavoroso, e quase entregou a virada aos donos da casa nos acréscimos. Início ruim de competição para os paulistas, principalmente pela vitória do Argentinos Juniors fora de casa nesta 1ª rodada.

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