Greve de professores paralisa escolas em São Tomé e Príncipe

Em São Tomé e Príncipe, os professores de todos os níveis de ensino iniciaram nesta sexta-feira, 1, uma greve por tempo indeterminado, para exigir o aumento do salário base na ordem dos 300 por cento.

Os sindicatos afirmam que no primeiro dia da greve a adesão rondou os 100 por cento.

Enquanto o primeiro-ministro adverte que o estado não tem dinheiro para responder a essa exigência, professores e pais estão preocupados com o impassse.

No Liceu Nacional, o maior estabelecimento de ensino do país, os alunos confirmam que a paralisação é total e não escondem a preocupação.

“Vamos deixar de vir à escola, ficar sem as matérias e temos a próxima avaliação agendada para dia 20 deste mês”, lamentou um aluno da 10ª classe, alertando que eles serão os maiores prejudicados com esta paralisação.

Dos quase 15 mil funcionários da função pública, cerca de 6 mil são professores.

Vera Lomba, porta-voz dos quatro sindicatos da educação, diz que a situação financeira dos docentes é deplorável.

“Que o Governo não nos veja como inimigos. Nós estamos apenas a gritar por algo a que temos direito e que há muito tempo nos vem sendo negado”, afirma aquela líder sindical.

Os professores exigem que o salário base seja fixado em 10 mil dobras, cerca de 420 dólares, contra as atuais 2.500 dobras, que correspondem a 105 dólares.

“Gostaria que as pessoas fossem para coisas que são realmente possíveis. O governo e as finanças têm o seu limite”, alertou, no início da semana, o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, afirmando que a proposta dos sindicatos é irrealista.

O presidente da Associação dos Pais e Encarregados de Educação dos alunos do liceu Nacional apelam a uma solução urgente, sublinhando que quanto mais demorar a greve, mais prejudicados ficarão os seus educandos.

Mikail Barros admite algum exagero na proposta de aumento salarial, mas não retira a sua solidariedade aos professores.

“O que os professores estão a ganhar é extremamente baixo face ao custo de vida actual, é preciso que as partes encontrem uma solução”, conclui Barros.

O executivo não se pronunciou ainda desde o início da paralisação.

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