A Rede Globo emitiu duas notas oficiais para prestar esclarecimentos sobre notícias publicadas recentemente pela revista eletrônica Consultor Jurídico. A emissora foi citada, direta ou indiretamente, em textos sobre as peripécias nada republicanas dos protagonistas da autodenominada força-tarefa da “lava jato”.
No texto “Correições prometem revelar o DNA criminoso do lavajatismo e de seus acólitos”, publicado no dia 25 de agosto, foi mencionado que o empresário Joaquim Falcão foi demitido pela Fundação Roberto Marinho. A Comunicação do Grupo Globo, porém, informou que ele deixou a fundação por vontade própria em 2000, antes, portanto, da “lava jato”.
“Em relação ao artigo de Márcio Chaer sobre novas correições do Conselho Nacional do Ministério Público nos estados do Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, publicado em 25/08/2023, o Grupo Globo gostaria de esclarecer que Joaquim Falcão deixou a Fundação Roberto Marinho por decisão própria no ano 2000, muitos anos antes, portanto, da Operação Lava-Jato, que começou em 2014. Na Fundação, Joaquim Falcão deixou um legado inestimável de excelentes serviços, pelo que o Grupo Globo será sempre grato, razão pela qual a admiração por ele segue e seguirá intocada”, diz a nota.
Jornal Nacional
Na reportagem “‘Lava jato’ negociava com jornalistas para ‘descer a lenha’ em Lula”, são reproduzidas conversas entre procuradores — obtidas pela “operação spoofing” — que tratavam de sua relação com alguns veículos de imprensa e jornalistas. Nos diálogos, os lavajatistas comemoraram o fornecimento exclusivo de informações para o “Jornal Nacional”, principal telejornal da Globo.
Em sua nota oficial, a Comunicação da emissora afirma que não tomou parte de qualquer negociação antiética para se beneficiar de informações exclusivas fornecidas por integrantes da “lava jato”.
Leia a seguir a íntegra da nota da Comunicação da Globo:
“O artigo ‘Lava jato negociava com jornalistas para ‘descer a lenha’ em Lula’, publicado em 30/09/2023, cita um diálogo em que Vladimir Netto teria sido mencionado pelo então coordenador da Força Tarefa de Curitiba. Segundo a interpretação do ConJur, Deltan Dallagnol lista opções sobre o que fazer em relação a uma denúncia de Lula sobre suposta lavagem de dinheiro na Guiné Equatorial.
‘Opções 1.Rechecarmos tudo e fazermos release logo antes do JN 2. Liberar Vladimir Neto pra soltar 3. Passar pra Josias com embargo, pra soltar no começo do JN 4. Vcs fazerem um vídeo na FT falando os nomes e que absurdo seria e eu posto’.
Ocorre que a denúncia do MP sobre a Guiné Equatorial foi ao ar no JN duas horas antes desse diálogo. E o diálogo não pode se referir à Guiné Equatorial porque a denúncia sobre a Guiné é do MP de SP e nada tem a ver com Curitiba. E foi pública. Todos deram. O MP paulista publicou o release às 13h55. JN deu horas depois, sem ajuda de ninguém. Basta conferir aqui.
E a Força Tarefa Curitiba, do que poderia estar falando? Impossível saber com exatidão. Mas pode-se supor que, provavelmente, foi sobre um release a respeito do julgamento, pelo STF, do indulto de Natal concedido pelo ex-presidente Temer. Ocorre que o JN só publicou a posição de Curitiba no dia seguinte ao diálogo. E retirando das redes sociais deles. Um post de Deltan que todos deram também. Na matéria de Vladimir Netto, ele deu posições contra da então PGR Raquel Dodge e de Deltan. E as explicações de Temer, a favor. Era a apresentação de um julgamento importante, como se faz habitualmente. A matéria pode ser vista aqui.
Não era nada por debaixo dos panos, nenhuma dica, nenhum processo, nada. Era a posição oficial da Força Tarefa.
Para contribuir com a busca pela verdade, a Globo pede a publicação desses esclarecimentos. O que a Globo fez antes é o que faz hoje: jornalismo de qualidade”.
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