Fumo dos incêndios do Canadá invadiu Nova Iorque e outras cidades dos EUA: milhões de americanos aconselhados a ficar em casa
Mais de 500 bombeiros e 150 militares combatem centenas de incêndios no Canadá, sobretudo na região do Quebec. Cerca de 120 mil pessoas tiveram de ser retiradas de suas casas. O fumo espalha-se por mais de uma dúzia de estados dos EUA
Cerca de 520 bombeiros e 150 militares estão a combater centenas de incêndios florestais no Canadá esta quarta-feira. De acordo com a Reuters, cerca de 3,3 milhões de hectares já foram queimados – cerca de 13 vezes a média de 10 anos – e mais de 120 mil pessoas foram, pelo menos temporariamente, forçadas a deixar suas casas.
Há incêndios em quase todas as províncias e territórios do Canadá, com a província oriental de Quebec entre as mais afetadas. “Neste momento, com a mão de obra que temos, podemos combater cerca de 40 incêndios ao mesmo tempo. Mas temos 150 incêndios, então temos que ter a certeza que nos focamos onde os problemas são mais urgentes”, disse o primeiro-ministro de Quebec, François Legault aos jornalistas, sublinhando que espera a chegada de mais 500 bombeiros, nos próximos dias, vindos da província vizinha de New Brunswick, bem como da França, Estados Unidos, Portugal, Espanha e México.
Ao sul da fronteira, mais de uma dúzia de estados dos EUA estavam sob alertas de qualidade do ar na quarta-feira, uma vez que o fumo dos incêndios florestais estava a ser arrastado para o sul, lançando uma cinza opaca sobre o horizonte de Nova Iorque e outras grandes cidades. Segundo a CNN, atualmente, cerca de 75 milhões de pessoas estão sob alertas de qualidade do ar diretamente relacionados com o fumo dos incêndios em mais de uma de uma dezena de estados do Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste.
Milhões de americanos foram instados a ficar em casa por toda a costa leste dos EUA e até ao oeste de Ohio e Kansas. Atividades desportivas, escolares e de lazer ao livre foram canceladas em diversas localidades. Em Nova Iorque, o alerta irá manter-se pelo menos até às 11:59 de quinta-feiram anunciou o presidente da câmara Eric Adams:
We’re in the worst of the conditions, but the Air Quality Health Advisory has been extended until 11:59 pm Thursday — which our teams have been anticipating. Mask up and limit your outdoor activities. See real-time air quality: https://t.co/Ok9k6nidUGpic.twitter.com/EfceKRUu6Y
— Mayor Eric Adams (@NYCMayor) June 7, 2023
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, publicou no Twitter uma foto da vista do seu escritórioem Nova Iorque, que mostra o céu envolto em fumo acinzentado. “Na sede da ONU em Nova Iorque, podemos sentir a deterioração da qualidade do ar à medida que o fumo dos incêndios florestais no Canadá se move para o sul. Com o aumento das temperaturas globais, a necessidade de reduzir urgentemente o risco de incêndios florestais é crítica”, escreveu Guterres. “Devemos fazer as pazes com a natureza. Não podemos desistir.”
At our @UN Headquarters in New York, we can feel the deteriorating air quality as smoke from the wildfires in Canada moves south.
With global temperatures on the rise, the need to urgently reduce wildfire risk is critical.
We must make peace with nature. We cannot give up. pic.twitter.com/pm8HkNBwRN
— António Guterres (@antonioguterres) June 7, 2023
Moradores das cidades de Chibougamau e Ouje-Bougoumou, no norte de Quebec, receberam ordens para deixarem as suas casas na noite de terça-feira, tornando-se o último grupo de pessoas da província a sair, depois de milhares terem sido forçados a deixar o local na semana passada.
Até agora, cerca de 11.400 pessoas foram retiradas de partes remotas do norte de Quebec e outras 4 mil serão retiradas em breve, disse Legault. Com a previsão de chuva insuficiente para o Quebec até a próxima semana, as pessoas não devem esperar voltar para casa nos próximos dias, acrescentou.
Incêndios florestais são comuns nas províncias ocidentais do Canadá, mas este ano um início extraordinariamente precoce e intenso da temporada de incêndios florestais colocou o Canadá no caminho para o seu pior ano de destruição devido ao fogo, já que as condições quentes e secas devem persistir por meses.
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