Frente Popular na Guiné-Bissau questiona silêncio perante arbitrariedades

Um dos coordenadores da organização, Fernando Mandinga, denunciou hoje em conferência de imprensa as circunstâncias da detenção de cerca de 70 elementos da Frente Popular, pela polícia, na sequência da manifestação promovida no sábado.

A plataforma liderada pelo jornalista e ativista político Fernando Lona promoveu no sábado um pouco por toda a Guiné-Bissau e nalgumas comunidades guineenses na diáspora uma manifestação para denunciar o regime em vigor no país.

Fazem parte da plataforma sindicatos, associações juvenis e organizações de mulheres.

Fernando Mandinga observou que a polícia deteve na Segunda Esquadra de Bissau, desde sábado, cerca de 70 pessoas, as quais negou visitas dos familiares e dos advogados.

Perante a situação, a Frente Popular questiona o silêncio de diversas organizações da comunidade internacional.

“Responsabilizar os organismos da comunidade internacional sedeados na Guiné-Bissau, nomeadamente União Africana, CEDEAO (Comunidade Económica de Estados da África Ocidental), Organização das Nações Unidas, União Europeia, CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) bem como a Amnistia Internacional, pelo seu silêncio”, declarou Fernando Mandinga na conferência de imprensa, ao ler um comunicado da organização.

O dirigente da Frente Popular denunciou ainda que alguns dos detidos foram submetidos a torturas física e psicológica “na vã e desesperada tentativa de travar a marcha do povo pela liberdade e dignidade”.

Perante tal situação, a organização exortou as forças vivas do país, nomeadamente líderes comunitários, religiosos e organizações da sociedade civil que “têm evitado assunção de posições públicas” a se posicionarem “em defesa da liberdade e democracia”.

O mesmo apelo foi feito às Forças de Defesa e Segurança no sentido de assumirem a sua responsabilidade em defesa da paz e da legalidade constitucional democrática no país.

A plataforma também exigiu do “Governo de iniciativa presidencial”, através do Ministério do Interior, “a libertação imediata e incondicional de todos os presos”.

A Frente Popular apelou igualmente à população guineense para que se mantenha firme, na Guiné-Bissau e na diáspora, “por uma vida justa em defesa dos valores da república e da democracia”.

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