O fogo provavelmente começou quando dois tambores de gasolina se incendiaram,
Pelo menos 40 migrantes haitianos morreram no mar quando dois tambores cheios de gasolina que transportavam no seu barco se incendiraram e explodiram, informou o Miami Herald esta exta-feira, citando autoridades haitianas.
Os migrantes acenderam velas com fósforos num ritual a pedir passagem segura para as ilhas Turks e Caicos, disse Jean-Henry Petit, que dirige o serviço de protecção civil no norte do Haiti. Segundo uma testemunha, os passageiros estavam a beber rum e uísque, que podem ter entrado em contacto com a substância inflamável, provocando o incêndio.
A embarcação incendiou-se ao largo da costa do Haiti, havendo a registar ainda um número ainda por determinar de feridos, segundo reportou também a Organização Internacional para as Migrações (OIM). “A embarcação, que transportava cerca de 80 pessoas, partiu de Labadie [norte do Haiti] em direção às ilhas Turcas e Caicos” antes de se incendiar ao largo da costa, declarou a agência da ONU, condenando uma tragédia que ilustra o desespero em que está mergulhada a população do Haiti, um país pobre das Caraíbas, a braços com uma crise multidimensional.
Jean Henry-Petit, da Proteção Civil haitiana, disse que pelo menos 31 pessoas foram resgatadas pela guarda costeira do país.
Entre os mortos está o capitão do barco, segundo o porta-voz da polícia em Cap-Haïtien, Arnold Jean.
Segundo a polícia, os imigrantes dirigiam-se para Providenciales, uma ilha do arquipélago caribenho das Ilhas Turcas e Caicos.
Na sexta-feira, a polícia haitiana anunciou que estava à procura dos organizadores desta viagem clandestina e que tinha iniciado uma investigação para recolher informações que permitissem efetuar detenções.
O incidente ocorre numa altura em que a violência desenfreada continua a tomar conta da capital do Haiti e não só, num contexto de turbulência política. Em fevereiro, bandos armados lançaram ataques coordenados, tomando o controlo de mais de duas dúzias de esquadras de polícia e abrindo fogo contra o principal aeroporto do Haiti, que fechou durante quase três meses.
Desde então, cerca de 580.000 pessoas foram deslocadas no país, de acordo com a ONU. O Haiti está seriamente afetado pela violência de grupos armados que controlam 80% da capital, Port-au-Prince, e as principais vias de comunicação do país. A violência ressurgiu no início do ano, provocando a demissão do primeiro-ministro Ariel Henry.
O Quénia propôs enviar um total de 1.000 polícias para o Haiti no âmbito da Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MMAS), que deve prolongar-se até ao próximo mês de outubro. O destacamento internacional para o restabelecimento foi aprovado por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU em outubro de 2023, tendo chegado já a Porto Príncipe 600 polícias.
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