O presidente Lula embarca nesta semana para a segunda viagem internacional do ano, com destinos estratégicos na América do Sul e no Caribe. Sua primeira parada é na Guiana, nação vizinha ao norte do Brasil, onde será recebido pelo chefe de governo local, Irfaan Ali, em Georgetown, capital do país, na próxima quinta-feira (29).
O encontro tem como pauta a participação do Brasil, como convidado especial, na conclusão da 46ª Cúpula de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom). Mas para além da participação brasileira no evento, um dos temas centrais será a crise territorial entre Guiana e Venezuela em relação ao disputado território de Essequibo. Este tema já foi abordado na semana anterior, quando Lula recebeu o secretário de estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, em Brasília.
Rico em petróleo e riquezas naturais, o território é disputado entre as duas nações a séculos. Em 2023, o governo venezuelano de Nicolás Maduro aprovou, em referendo com campanha massiva do Estado, a anexação de Essequibo. Logo em seguida, Maduro nomeou um governador militar para a região e ainda autorizou a concessão de licenças para a exploração de recursos na região do Essequibo. A atitude irritou a Guiana que busca apoio internacional para manter a região para si.
A atuação brasileira na mediação da crise recebeu elogios durante a visita de Blinken, que destacou o papel do Brasil na busca por uma solução negociada. Em dezembro passado, os presidentes Nicolás Maduro, da Venezuela, e Irfaan Ali, da Guiana, assinaram uma declaração conjunta comprometendo-se a não utilizar a força no conflito territorial.
Além do encontro com Irfaan Ali, Lula também está programado para se reunir com o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, mediador do acordo entre Venezuela e Guiana. Esses encontros acontecerão na sexta-feira (1), véspera da participação do ex-presidente na abertura da 8ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Kingstown, capital de São Vicente.
Composta por 15 países, a organização tem uma população de cerca de 19 milhões de pessoas, em área territorial do tamanho do estado de Mato Grosso do Sul. Segundo dados do governo brasileiro, a relação comercial do Brasil com a Caricom saltou de US$ 1 bilhão para US$ 2,6 bilhões nos dois últimos anos, demonstrando potencial de ampliação.
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