Na tarde de quinta-feira, o P3-C Orion descolou do aeroporto internacional da Praia, capital do arquipélago, para o quarto voo ao abrigo de um tratado entre os dois países que este ano alcança a maioridade (18 anos) e que regula a fiscalização conjunta de Espaços Marítimos sob Soberania ou Jurisdição da República de Cabo Verde, assinado em 16 de setembro de 2006.
As missões realizadas este fim de semana em Cabo Verde são as últimas de um percurso que começou há quase um mês, no âmbito da “Africa Maritime Law Enforcement Partnership” (AMLEP).
A aeronave P3-C Orion da Força Aérea Portuguesa partiu, no dia 04 de março, da Base Aérea de Beja para 30 dias de missão e cerca de 100 horas de voo, que começaram em São Tomé e Príncipe.
Sobre as águas de Cabo Verde já cumpriu 50 horas e conta fazer mais 30 até final, na segunda-feira.
“O intuito geral de Portugal nestas cooperações bilaterais e com entidades internacionais é contribuir para a estabilidade no Golfo da Guiné”, no caso, através da vigilância nas áreas marítimas de São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, refere o major Bruno Silveira, que lidera o destacamento.
O Golfo da Guiné é uma vasta área do oceano Atlântico, que acompanha a reentrância da costa africana que vai da Costa do Marfim (a noroeste) até ao Gabão (a sudeste) e onde há um registo regular de casos de pirataria e atividades ilegais.
Portugal junta-se ao esforço internacional para “garantir a livre circulação e prevenir tráficos ilegais”, explica Bruno Silveira, no interior da aeronave, ao verificar as operações tanto na cabine de pilotagem (‘cockpit’), como nos postos de observação.
Durante o voo, membros da esquadra observam monitores com imagens de câmaras de vídeo que vasculham o mar, enquanto outros mostram sinais detetados por sensores.
Há ainda outros elementos que observam a zona marítima diretamente com binóculos.
Por alguns momentos, as imagens e a informação nos monitores centram-se num barco: este último voo do dia está focado em embarcações de pesca.
“Esta aeronave recolhe informação que transmite às autoridades cabo-verdianas”, que depois avaliam se há alguma ameaça às atividades marítimas ou sinal de ilegalidade, explica.
“Estamos ao serviço das autoridades: quando detetamos algo que seja de interesse, reportamos”, explica Bruno Silveira.
A autonomia do P3-C Orion tem permitido realizar voos contínuos de seis a oito horas sobre as águas do arquipélago, garantindo a cobertura de toda a zona económica exclusiva em cada voo.
O balanço da vigilância só será revelado depois de terminadas as missões, na segunda-feira, com o regresso da esquadra 601 a Beja agendado para terça-feira.
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