Em diálogo com os EUA, Venezuela insiste na defesa dos princípios de autodeterminação, soberania e reciprocidade
247 – O Governo da Venezuela confirmou nesta quarta-feira (3) que terminou a reunião virtual com a delegação do Governo dos Estados Unidos (EUA), informa a Telesur.
“Advertimos que sempre responderemos com a verdade”, precisou o representante do Governo venezuelano, Jorge Rodríguez, em uma mensagem divulgada na rede social X.
Nesse sentido, o texto insiste em que “o diálogo deve se limitar ao acordado no Catar em maio e que, para continuar recuperando a confiança mútua e as relações entre os governos, os princípios de autodeterminação, soberania e reciprocidade devem ser respeitados”.
De acordo com o Governo da Venezuela, esta primeira reunião culmina com dois acordos: a vontade de ambas as partes de “trabalhar de forma conjunta para ganhar confiança e melhorar as relações”, e “manter as comunicações de maneira respeitosa e construtiva”.
Na última segunda-feira, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a retomada dos diálogos diretos, a pedido da administração do presidente dos EUA, Joe Biden.
“Aceitei, e na próxima quarta-feira se reiniciam as conversações com o Governo dos Estados Unidos para que cumpram os acordos assinados no Catar, e para restabelecer os termos do diálogo com respeito, sem manipulação, e, além disso, que sejam diálogos públicos, sem especulações”, declarou o chefe de Estado em seu programa Con Maduro Mais.
Da mesma forma, no mês de abril último, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e chefe negociador do Governo, Jorge Rodríguez, revelou as rodadas de conversações que as partes tiveram no Catar e na Itália. Para o Governo da Venezuela, o objetivo do diálogo é o levantamento das sanções.
Na cidade de Doha, capital do Catar, ocorreram os primeiros encontros no dia 7 de maio de 2023 com a presença do delegado especial da Agência Central de Segurança dos EUA, Juan González, do subsecretário de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, e outros funcionários.
Um dos acordos foi eliminar as restrições para que a Venezuela pudesse comercializar seu petróleo e gás, assim como eliminar o bloqueio ao Banco Central. No entanto, o Governo americano não os cumpriu, pois não emitiu a licença.
“Nós assinamos no dia 17 de outubro do ano 2023 e os EUA não emitiram a licença no dia 17 de outubro. E aqui faço uma incidência do que disse o presidente Maduro. Estávamos em Barbados, prontos para assinar e o presidente perguntou se os EUA haviam emitido a licença, e dissemos que não. E Maduro disse, assinem mesmo assim porque nós temos palavra”, constatou Rodríguez.
Embora a decisão tenha sido questionada por alguns setores, outros a valorizaram como positiva. Os diálogos começaram um dia antes do início da campanha eleitoral e a menos de um mês das eleições presidenciais na Venezuela.
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