Direcção das Florestas acusa deputado de abate ilegal de madeiras em São Tomé

A direcção das Florestas de São Tomé e Príncipe acusou, na quarta-feira, um deputado do MLSTP/PSD, na oposição, de encabeçar uma rede de abate ilegal de árvores. O deputado Elákio Afonso da Mata rejeitou as acusações.

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A direcção das Florestas de São Tomé e Príncipe acusou, na quarta-feira, um deputado do MLSTP/PSD, na oposição, de encabeçar uma rede de abate ilegal de árvores, mas o deputado rejeitou as acusações.

A acusação foi feita pelo director das Florestas e Biodiversidade, Adilson da Mata, que disse que o deputado Elákio Afonso da Mata transportou homens, com armas brancas, que obstruiram a estrada durante uma apreensão realizada por técnicos florestais numa comunidade do distrito de Caué, no sul de São Tomé.

“Num momento em que o mundo vive ameaças das alterações climáticas e que nós mesmo em São Tomé já temos sofrido essas alterações, nós nunca esperávamos que um deputado estaria a encabeçar uma rede de tráfico de abate ilegal de madeiras na zona sul”, disse Adilson da Mata, citado pela agência Lusa.

Segundo o director das florestas, os materiais apreendidos estavam armazenados na mata e foram encaminhados para o comando policial do distrito de Caué. A direcção das Florestas vai apresentar uma queixa-crime contra o deputado e um funcionário da Câmara de Cantagalo que fazia parte do grupo e vai, também, informar o Governo e a Assembleia Nacional.

O director das Florestas disse que apesar da parceria com a Polícia e as Forças Armadas, o combate à desflorestação “está longe do controlo do Estado” porque acredita que há dirigentes são-tomenses que financiam grupos de abate ilegal de árvores.

Em resposta, o deputado Elákio Afonso da Mata rejeitou as acusações: “A Ribeira Afonso é uma comunidade que nos anos anteriores já tinha essa prática em que apreenderam material, houve disparos, houve pancadaria e eu, enquanto representante do povo, não gostaria que essa prática se repetisse. Peguei no meu carro, dirigi até Caué, assisti a equipa das florestas e os agentes a guardarem os materiais no posto [da Polícia] de Caué.”

Elákio Afonso da Mata disse que não viu “ninguém com arma branca” nem a agredir ninguém e que fez a chamada de atenção porque a viatura envolvida na operação era privada, quando no seu entender deveria ser do Estado.

Em Março, um grupo de técnicos da Direcção das Florestas são-tomense acusou o ministro da Defesa e Administração Interna, Jorge Amado, de abuso do poder, por alegadamente ter ordenado o abate ilegal de árvores, violando a proibição imposta na altura pelo Governo. Adilson da Mata disse que ainda estão “à espera da resposta”.

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