Os deputados da coligação de esquerda Nova União Ecológica e Social Popular (NUPES), Davy Rimane e Jean-Victor Castor, recusaram-se “a participar num jantar que abordará a questão primordial e imperativa do futuro da Guiana Francesa, entre a sobremesa e o digestivo, em movimento, num instante”, segundo um comunicado.
Na chegada ao aeroporto de Caiena, o Presidente francês afirmou partilhar “a impaciência da população” e prometeu “decisões rápidas” no setor agrícola, onde ainda existe um elevado nível de “dependência alimentar” na carne de bovino e de aves de capoeira.
Macron comprometeu-se a “reforçar as medidas de controlo contra a pesca e a comercialização ilegais”, além de favorecer “a exploração sustentável” da floresta tropical, com uma “extração de ouro responsável e sustentável”, atividade que tem estado ligada à taxa de criminalidade recorde, com cerca de sessenta homicídios registados no ano passado.
Esta visita sucede a uma viagem em outubro de 2017, onde o chefe de Estado francês disse que não era o “Pai Natal” em resposta a uma pergunta sobre a criação de um hospital. Sinal da baixa popularidade de Macron no território, 60% dos habitantes votaram na candidata de extrema-direita Marine Le Pen nas últimas eleições presidenciais em 2022.
Desde a última visita ao território ultramarino francês na América do Sul, “os compromissos assumidos” foram “quase inteiramente cumpridos”, disse Macron, elogiando os “recursos adicionais concedidos ao território” em “quase todos os domínios”.
A começar pela segurança, onde o sistema de “controlo a 100%” permitiu “reduzir drasticamente o tráfico de droga” no aeroporto, afirmou o Presidente francês, antes de se encontrar com polícias e militares que intercetam cerca de 30 a 40 quilos de droga por semana.
A Guiana Francesa, um território do tamanho de Portugal que faz fronteira com o Brasil, tem cerca de 300.000 habitantes, e um em cada dois habitantes tem menos de 25 anos.
Esta região ultramarina da França tem apenas 400 quilómetros de estradas nacionais e as comunas isoladas não têm serviço aéreo, com a população a queixar-se do isolamento, pedindo a abertura do território.
Na terça-feira, Macron visitará a localidade de Kourou para “dar novas perspetivas” ao centro espacial local, criado há 60 anos pelo General de Gaulle, uma base de lançamento espacial da Agência Espacial Europeia.
Em seguida, Macron irá ao Brasil encontrar-se com o seu homólogo, Luiz Inácio Lula da Silva, para pedir um reforço na cooperação na luta contra a extração ilegal de ouro, mas também contra a imigração ilegal, que encontrou uma nova rota do Médio Oriente para a Europa através da região.
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