Crise leva estudantes de medicina a trocar Argentina por Paraguai

“Comecei pagando R$ 400 no curso e hoje pago R$ 1.200. Cada mês é um valor diferente e já não é possível saber onde esses preços vão parar”, disse. Em abril, a Argentina fechou com uma inflação anual de quase 290%. Já a taxa de pobreza chegou a quase 60% em fevereiro, segundo dados oficiais.

Fazendo as malas rumo ao Paraguai

Com a incerteza sobre a situação econômica na Argentina, o casal está fazendo as malas e vendendo seus móveis no bairro portenho de Almagro para se mudar para Ciudad del Leste, no Paraguai. Lá pretendem continuar o sonho de se tornarem médicos. Formada no Brasil em odontologia, Micaela disse que a mudança não foi tomada sem angústia.

“Pesquisamos muito sobre o Paraguai. Queremos ser médicos, mas infelizmente no Brasil é muito caro. Eu gosto muito da Argentina, a gente está adaptado, porém, não conseguimos viver nessa situação de incerteza. Cada mês, a mensalidade da faculdade sobe, o aluguel sobe, o mercado sobe. É impossível viver assim”, disse ela, que pretende trabalhar como dentista em Foz do Iguaçu, na fronteira, enquanto faz faculdade no Paraguai.

Atualmente, o Paraguai tem pelo menos 30 mil estudantes de medicina, dos quais pelo menos 90% são brasileiros, conforme dados da Direção de Migração. Em algumas faculdades, é comum escutar o português tomando lugar do castelhano.

Além do custo mais baixo nas escolas de medicina, o Paraguai tem atraído brasileiros para empreender com políticas fiscais e investimentos.


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