CPLP: Relembrando o pai, natural de Goa, António Costa propõe programa de intercâmbio académico entre países
O primeiro-ministro português defendeu hoje, na cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), um programa de intercâmbio académico que permita a frequência de um semestre noutro país da organização.
“Que daqui até 2026, possamos conseguir ter nos nossos diferentes países pelo menos um curso onde todos sejamos certificados para podermos ter ao nível da CPLP uma frequência como o programa europeu Erasmus”, disse António Costa no seu discurso na cimeira, em São Tomé, apelidando este novo projeto de ‘Frátria’, numa evocação à expressão ‘Mátria’ de Caetano Veloso.
O objetivo é, “pelo menos em cada um dos cursos, em cada uma das universidades, de cada um dos nossos países, ter um semestre reconhecido para que os nossos jovens possam circular mais entre todos os nossos países”, disse o governante português, que evocou a sua origem pessoal para a ideia deste projeto.
“Como muitos saberão, o meu pai nasceu em Goa e eu fui assistindo ao longo dos anos de como se foram deslaçando as relações entre Goa e o resto da comunidade lusófona”, referiu.
“A minha geração foi a última geração que aprendeu na escola primária que o monte Ramelau tem 2.963 metros de altitude”, ou “quais são os rios de Moçambique, do Rovuma até ao Maputo”, exemplificou.
“Se queremos garantir futuro à nossa comunidade, é fundamental promover a mobilidade dos nossos jovens e criar este programa que estimula a circulação dos estudantes universitários”, disse o primeiro-ministro português.
Esta proposta de intercâmbio, com reconhecimento mútuo da formação, é “algo muito ambicioso”, admitiu António Costa, que propôs “fixar a meta para 2026”.
“Isso era uma grande forma de celebrarmos os 30 anos da CPLP”, acrescentou.
“Portugal vai continuar a investir no ensino do português”, prometeu o chefe do Governo português, salientando o “desenvolvimento das redes das escolas portuguesas na CPLP”.
“De 2016 a 2026, duplicaremos as escolas portuguesas, com presença em todos os países da CPLP, gostando nós que pudéssemos também até 2026 abrir uma escola portuguesa na Guiné Equatorial”, explicou, salientando também o peso dos estudantes da organização em Portugal.
“Nós temos a honra de ter 40 mil estudantes dos diferentes países da CPLP nas nossas universidades, 11% dos inscritos nas nossas universidades. E queremos continuar a aumentar e por isso, duplicaremos já neste ano letivo, as bolsas para curso de licenciatura e mestrado”, disse António Costa.
Nesse sentido, “abrimos uma nova linha de frequência de cursos de doutoramento e aumentamos em 30% o valor das bolsas atribuídas para a frequência destes cursos de licenciatura e de mestrado”, sublinhou.
A CPLP, que integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, realiza hoje a 14.ª conferência de chefes de Estado e de Governo, em São Tomé e Príncipe, sob o lema “Juventude e Sustentabilidade”.
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