Comunidade humanitária precisa de mais de 900 milhões de dólares para ajudar Haiti — DNOTICIAS.PT

O Plano de Resposta Humanitária para o Haiti, lançado pela comunidade humanitária no país das Caraíbas, precisa de 908,2 milhões de dólares (865 milhões de euros) para ajudar 3,9 milhões de haitianos de um total de seis milhões necessitados.

Isto, num contexto de aumento acentuado da insegurança no país e do consequente número de pessoas deslocadas.

O âmbito de ação do plano, hoje citado pela agência de notícias espanhola EFE, assenta nas necessidades urgentes resultantes dos recentes choques relacionados com a violência armada e as deslocações forçadas, as epidemias e as consequências das catástrofes naturais.

Os objetivos da comunidade humanitária, composta por organizações locais e internacionais, são mitigar os riscos no que se refere à proteção e reforçar a coesão social de todos os afetados pela crise humanitária, fornecer-lhes uma resposta de emergência inclusiva e multissetorial e reforçar a capacidade de resistir das populações, o que inclui a preparação e a prevenção de emergências.

No total, este plano humanitário pretende chegar a 3,9 milhões de cidadãos dos seis milhões de pessoas necessitadas no Haiti, de entre uma população total de 11,9 milhões de habitantes.

Destina-se a deslocados, comunidades de acolhimento, cidadãos em zonas controladas ou sob a influência de grupos armados, habitantes em áreas com focos de cólera e de outras epidemias e pessoas expostas a desastres naturais.

Segundo este documento, durante o mês de fevereiro, a situação humanitária no Haiti continuou a agravar-se em consequência da violência, com mulheres e crianças particularmente afetadas, o que elevou o número de pessoas deslocadas para mais de um milhão (mais de metade das quais menores).

Além disso, quase metade da população haitiana, cerca de 5,5 milhões, está em situação de insegurança alimentar grave, o que representa um aumento de 11% em relação a março de 2024.

De acordo com o texto, no ano passado, mais de 5.600 pessoas foram assassinadas (mais 20% que em 2023) e registaram-se cerca de 1.500 sequestros, além de 5.857 casos de violência de género, 69% dos quais agressões sexuais.

Acrescenta-se no documento que o número de crianças recrutadas à força por grupos armados aumentou em cerca de 70% entre meados de 2023 e meados de 2024.

Também se alerta para o facto de o setor da saúde estar à beira do colapso e de apenas 27% dos estabelecimentos de saúde com camas a nível nacional e 41% na área metropolitana de Port-au-Prince estarem totalmente funcionais.

As infraestruturas de água, higiene e saneamento continuam igualmente a ser insuficientes e 21% das habitações têm acesso apenas a uma fonte de água não-tratada.

Quanto aos internamente deslocados, há agora mais de um milhão de pessoas (aproximadamente uma em cada dez) nessa situação, o que representa um aumento de 48% em relação a setembro de 2024.

Para precisar, 75% dos deslocados internos encontram-se na província e 25% na capital haitiana.

Num comunicado conjunto divulgado na terça-feira, a comunidade humanitária que trabalha no Haiti expressou preocupação com o recente aumento da violência no país, em particular a multiplicação de massacres e ataques de grupos armados, que também desencadearam um aumento do número de deslocados.

“Estamos profundamente alarmados e consternados com a intensidade inaceitável e desumana da violência que se abate sobre o Haiti”, afirmaram.

Esta violência extrema causou desde finais de janeiro muitas mortes e a deslocação de mais de 6.000 pessoas, 2.000 das quais nos municípios de Delmas, Port-au-Prince e Pétion-ville, bem como mais de 4.100 em Kenscoff, na parte alta da capital haitiana.


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