Spoiler alert! A Chocolat Festival São Paulo começa nesta quinta (30) e vai até dia 3 de dezembro, no Centro de Eventos São Luís e, muito do que será apresentado por lá por 50 produtores, pude, literalmente, provar na edição portuguesa, que rolou no centro cultural e gastronômico WOW em Vila Nova de Gaia, do ladinho do Porto.
Como de praxe, o Brasil chegou bonito, tanto com produtos destinados ao consumidor final – as deliciosas barras e bombons de chocolate – à matéria-prima e projetos que permeiam o universo do cacau.
Começo a nossa viagem gastronômica pelo Mestiço, projeto da Bahia que trabalha com produto orgânico e tem a criatividade como ingrediente extra. A última – e premiada invenção deles é o chocolate com hidromel, o fermentado de mel que se popularizou, especialmente, no mundo da coquetelaria.
Etílicos
Já pensou em beber cerveja com mel de cacau? E cachaça feita com a matéria-prima do chocolate? O que falar do espumante com aroma e gostinho de chocolate?
Além do chocolate, a Cabruca produz um néctar dos deuses que é o mel de cacau, um líquido translúcido esbranquiçado extraído da polpa do fruto. É esse derivado que compõe uma das cervejas da marca: além da versão mel de cacau, há a com com nibs e rapadura.
Depois de descobrir o mel de cacau, fiquei curiosa para experimentar a cerveja, imaginando um certo dulçor da bebida original. Mas, a força da IPA espanta qualquer resquício adocicado e o que se prova é uma versão com um leve fundo de cacau – não de chocolate, que fique claro.
Diferente de outra versão etílica que provamos, o espumante Chocolate in a Bottle é praticamente um chocolate líquido, alcóolico e borbulhante. Quando me deparei coma proposta, não me fiz de rogada e tratei de provar, enquanto batia um papo com o Mauro Quishpe, que faz a mágica acontecer.
Ele contou que a ideia do produto, que tem cor de espumante branco e aroma e sabor deliciosamente achocolatados, veio de um belga, que provocou o Quishpe a fazer o fermentado borbulhante, que é produzido na França, em Pepignon.
Pastel de nata
Na linha criativa, me deparei com o chocolate de pastel de nata da Feitoria do Cacau, marca pioneira em fazer chocolate Bean do Bar em Portugal. A marca é encabeçada pela dupla Tomoko Suga e Sue Tavares, responsável pela criação das receitas, dentre as quais está a nossa favorita. Que, por sinal, acabou se tornando a preferida do público em geral.
“O preparo não é fácil, já que nós mesmas produzimos a massa do pastel de nata que vai na receita e da uma textura crocante e remete ao pastel de nata”, explicou Sue. O gostinho de canela complementa essa versão “chocolatuda” de pastel de de nata. De antemão, aviso que as meninas não estarão em São Paulo, pois ainda estão investindo no processo de expansão na Europa, facilitada pelas distâncias entre os países.
Uma curiosidade a mais: a Feitoria do Cacau surgiu depois de uma longa estadia das fundadoras da marca em São Tomé e Príncipe, grande produtor de chocolate. “Comecei a investir no aprendizado da produção de chocolate porque quero voltar e dar minha contribuição para os produtores de cacau, que é exportado, possam produzir também um ótimo chocolate para exportar”, revelou Sue, com voz embargada e lágrimas nos olhos.
De fato, apesar do cacau de excelência, os países africanos produzem pouco chocolate in loco. A matéria-prima preciosa acaba por ser exportada em forma bruta e, quando beneficiada, se transforma em chocolate em países como Bélgica, Suíça, França e outros tantos.
Made in Africa
O projeto Menakao, que não tem relação com a Feitoria do Cacau, faz justamente isso: tira a África do papel de mero fornecedor de cacau e produz chocolate de altíssima qualidade. A marca surgiu em 2006, em Antananarivo, na ilha de Madagascar. O nome une as palavras vermelho e cacau em malgaxe, a língua local.
Os 18 sabores homenageiam os produtos locais e levam ilustrações das tribos relacionadas aos processos de produção. Os meus favoritos foram o de café e o que leva pimenta rosa e combawa, um cítrico local que lembra o limão.
Cacau no Havaí
E por falar em usar a matéria-prima local, a marca havaiana tal iniciou o cultivo de cacau no Havaí há dez anos e a planta se afeiçoou tanto ao clima e solo local que, literalmente, está rendendo frutos. E é a partir do cacau havaiano que é feita a linha Hawai’i Island.
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