Paris – São Tomé e Príncipe arrecadou o Prémio de melhor chocolate do mundo no Salão do sector, em Paris, em 2023, para o chocolate Diogo Vaz. O arquipélago equatorial marca presença no certame desde há 28 anos. Portugal e o Brasil, na lusofonia, estão também representados num evento reunindo 230 expositores.
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A edição de 2023 do Salão do chocolate de Paris encerra a 1 de Novembro e conta com representantes de 38 países, incluindo 15 países produtores.
O chocolate Diogo Vaz, de São Tomé e Príncipe, obteve o prémio de melhor chocolate do mundo no certame como refere, com satisfação óbvia Jean-Pierre Bensaïd, cônsul honorário de São Tomé e Príncipe em Marselha que marca presença no evento desde há 28 anos.
Tudo corre muito bem e, particularmente, este ano porque recebemos o prémio do melhor chocolate. Havia muitos chocolates de todos os cantos do mundo, feitos directamente na origem. E, nesta altura, o chocolate da Diogo Vaz recebe o prémio do melhor chocolate do mundo. Os franceses gostam muito de comida, de bons produtos. Isso é de certeza ! Especialmente do chocolate ! Por outro lado São Tomé e Príncipe marca presença no Salão do chocolate e em diversos eventos ligados ao chocolate, em França, desde há mais de 30 anos. Isso é também muito trabalho ! Sem esquecer a qualidade do produto !
Jean-Pierre Bensaïd, cônsul honorário de São Tomé e Príncipe em Marselha, 31/10/2023
O Brasil participa com um stand próprio, incluindo produtores da Amazónia e do Estado de Amapá. Roger Simonel apresenta-nos um chocolate que lembra, até, o sabor do caramelo.
O chocolate é uma mistura de chocolate branco com algo que nós chamamos de cumaru, na região Norte do Brasil, no [Estado de] Amapá. Mas aqui as pessoas conhecem como “tonka”. É uma espécie de baunilha selvagem da Amazónia. Que tem um cheiro muito característico, muito forte, e muito apreciado na culinária também. O Brasil é muito grande, o tamanho dele é continental. Então temos chocolates de várias regiões. E mesmo os chocolates dos mesmos tipos de cacau são diferentes. O nosso, da Cunani que nós estamos trazendo juntamente com o chocolate da Cassiporé, são chocolates de uma espécie de cacau que só existe no nosso Estado. Um chocolate que se adaptou às regiões de várzea, ou seja os outros cacaus, normalmente, morreriam. As árvores morreriam, mas essa árvore se adaptou a essa região de inundação. Onde tem cheias, onde o seu tronco fica em baixo da água, ou seja ele tem um gosto particular e diferente.
Roger Simonel, Estado brasileiro do Amapá, 31/10/2023
Paulo Araújo é director-geral e fundador da marca portuguesa de chocolate “Vinte vinte”. À reportagem da RFI ele detalhou o conceito de se aliar o chocolate negro com vinho do Porto.
É uma marca de chocolate portuguesa, nascida em Vila Nova de Gaia, em Portugal. Ela pertence ao grupo Flagdate Partnership que detém as marcas de vinho do Porto Taylor’s e Fonseca. E ela nasce inicialmende dentro do World of Wine, do WOW. Porque eu sou, também, o criador do Museu do chocolate e do cacau que existe lá: que é um dos maiores museus do mundo dedicados ao tema. E porquê o chocolate ? Porque existem três harmonizações clássicas com o vinho do Porto: que são os charutos, o queijo e o chocolate. Das três o chcolate é o mais transversal: miúdos e graúdos gostam de chocolate. E é também a mais clássica pela simples razão que o vinho do Porto é um vinho cuja fermentação é parada com a adição da aguardente. Por isso ele fica doce ! E o chocolate negro é tradicionalmente amargo. Ora quando combinamos o chocolate negro com o vinho do Porto o contraste do amargo do chocolate com o doce do vinho. E esta harmonização é única porque é perfeita.
Paulo Araújo, director geral do chocolate “Vinte vinte”
Confira aqui, em imagens, instantâneos do Salão do chocolate de Paris de 2023.
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