Capitais têm quase 4 vezes mais médicos por habitante do que interior

Cenário favorece ‘boom’ de médicos. Em 1990, o Brasil contava com cerca de 130 mil profissionais na área — número quatro vezes menor do que o atual. Só em 2023, mais de 35 mil novos médicos começaram a trabalhar no país e pouco mais de 500 deixaram a profissão.

Aumento foi maior do que o verificado na população como um todo. Enquanto a quantidade de brasileiros cresceu 42% no período, o número de médicos registrou crescimento de 339%.

CFM vê aumento com preocupação. Para o Conselho, não basta ter um crescimento no número de profissionais se a desigualdade na distribuição territorial também aumenta. Para Donizetti Giamberardino, conselheiro federal e supervisor do censo, a explosão de novas escolas atende a “interesses políticos e motivação mercantil”.

Nos últimos anos, houve um grande acréscimo do número de médicos formados. Isso resolve o problema de assistência à saúde no Brasil? Não. Isso só resolve se nós tivermos uma boa distribuição. Ao formarmos mais médicos, estamos concentrando-os mais em capitais e centros urbanos e não conseguimos ainda fixá-los nas cidades de difícil provimento. Há necessidade de uma política de interiorização e fixação desses profissionais.
Donizetti Giamberardino, conselheiro federal e supervisor da Demografia Médica CFM 2024

Médicas já são mais frequentes que médicos em algumas faixas etárias. Entre profissionais com 39 anos ou menos, elas somam 58% — contra 42% deles. Desde 2009, mais mulheres do que homens se formam na profissão no Brasil.

Número de médicos por habitante cresce

País tem hoje 2,8 médicos para cada 1000 habitantes. O número é maior do que aqueles verificados em 2021 em países como Estados Unidos e Japão. Em 1990, havia menos de um médico para cada 1000 habitantes no Brasil.


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