“São Tomé e Cabo Verde têm uma relação tão próxima, tão entrelaçada, (…) e não existe aqui uma casa que representa esta amizade, que representa os dois povos”, disse Fernando Elísio Freire à Lusa, no final de uma visita de cinco dias a São Tomé e Príncipe.
Segundo o governante cabo-verdiano, há um acordo e vontade entre os primeiro-ministros de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde, respetivamente, Patrice Trovoada e Ulisses Correia e Silva, para a materialização deste projeto, ainda este ano, para contar a “história de como os cabo-verdianos aqui chegaram, o que fizeram” e o impacto que tiveram em São Tomé, bem como dos são-tomense em Cabo Verde desde o período antes da independência.
“Este projeto já está avançado. Neste momento, São Tomé ficou de nos disponibilizar o espaço para podermos equipar e fazer todo o acervo histórico daquilo que aconteceu. Tem que haver uma colaboração dos dois Estados e de um terceiro Estado que é Portugal para podermos explicar bem essa história”, sublinhou Fernando Elísio Freire.
Na última semana, o ministro do Estado, Família, Solidariedade e Inclusão Social de Cabo Verde esteve em São Tomé em contactos com as autoridades locais e com as comunidades cabo-verdianas, e disse ter ficado impressionado com a forma como a cultura de Cabo Verde é preservada e vivida pelas comunidades.
“Esses dias todos em São Tomé só falei crioulo com a nossa comunidade, dancei as músicas da nossa terra, o que é demonstração clara de que, passados quase 70 anos já, ainda Cabo Verde é presente, é vivo, dentro de cada cidadão de origem cabo-verdiana. Isso é extraordinário, eles são neste momento os maiores embaixadores que temos um pouco por todo mundo, mas especificamente aqui em São Tomé”, disse Elísio Freire.
“É um trabalho extraordinário de geração em geração e isto é que mais me marcou, a forma como Cabo Verde continua extremamente vivo dentro da sociedade são-tomense, e isso é motivo de orgulho para nós”, acrescentou o governante cabo-verdiano.
O ministro reafirmou a intenção de Cabo Verde em acelerar e alargar o número de pensionistas em São Tomé e Príncipe, mas assegurou que não haverá aumento no valor nos próximo anos.
“Tem um custo global de cerca de 600 mil euros por ano, só em São Tomé, para atribuirmos pensão a 1.150 cidadãos de origem cabo-verdiana […] Nós sabemos que as pessoas precisam de rendimento, educação, saúde, formação, habitação, eletricidade água e saneamento. Tendo isso, conseguem ascender” sublinhou.
Lusa
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