Após o empate com a Jamaica, na manhã desta quarta-feira, 2, em Melbourne (Austrália), o Brasil foi eliminado da Copa do Mundo Feminina, em seu pior desempenho em 28 anos.
Pela primeira vez desde 1995, a seleção brasileira se despediu do Mundial ainda na etapa inicial da disputa. Apesar de ter estreado com goleada sobre o Panamá, o Brasil sofreu o revés contra a França e não conseguiu sair do zero a zero contra a seleção jamaicana.
Com quatro pontos, a equipe de Pia Sundhage terminou a edição em terceiro lugar no Grupo F. As vagas para as oitavas de final ficaram com a França e com a Jamaica.
Presente desde a primeira edição, em 1991, o Brasil nunca ganhou o Mundial, mas a seleção possui participações memoráveis, como o segundo lugar em 2007. Porém já enfrentou momentos difíceis, como cair na primeira fase e sair nar oitavas, como no último Mundial. Veja a trajetória:
1991: 9º lugar, eliminado na fase de grupos
A primeira edição da Copa Feminina aconteceu em 1991, 61 anos após a primeira edição masculina. O contexto da época era marcado por proibições, e a prática do futebol feminino havia sido liberada há pouco mais de uma década.
Com poucos recursos e em meio a dificuldades, a Seleção Brasileira fez parte das 12 equipes que disputaram a primeira edição, na China. O Brasil venceu o Japão por 1 a 0, mas esse foi o único saldo positivo da equipe, que perdeu os dois jogos seguintes para os Estados Unidos e Suécia, terminando em 9º lugar.
A decisão do primeiro Mundial foi entre Estados Unidos e Noruega. As norte-americanas venceram por 2 a 1, e ganharam o primeiro troféu da Copa Feminina da história.
1995: 9º lugar, eliminado na fase de grupos
A equipe brasileira chegou ao segundo Mundial mais bem preparada. Com uma comissão técnica diferente e novos talentos como Formiga, Sissi, Pretinha e Michael Jackson, o grupo foi à Suécia em busca de uma melhor campanha.
O Brasil estreou com vitória por 1 a 0 contra as donas da casa, mas como na Copa anterior, só conseguiu ganhar uma vez e perdeu as outras disputas para Japão e Alemanha, e acabou eliminado na fase de grupos, ficando novamente em 9º lugar.
1999: 3º lugar
A Seleção Brasileira chegou para o Mundial de 1999 com uma das gerações mais talentosas da história. Diferente das edições anteriores, a equipe passou em primeiro lugar na fase de grupos. Nas quartas, enfrentou a Nigéria, em um jogo acirrado que se decidiu na prorrogação. Sissi foi quem marcou o gol e resolveu a situação, neste ano ela revelou seu talento e poder decisivo ao mundo.
Nas semifinais, as meninas tiveram a difícil tarefa de enfrentar os Estados Unidos, dentro de casa, que venceram por 2 a 0 e foram para a final.
Na disputa pelo terceiro lugar, o Brasil enfrentou a Noruega, as campeãs da Copa de 1995. A partida terminou em 0 a 0 no tempo normal, e a vitória brasileira veio nos pênaltis, por 5 a 4, garantindo a medalha de bronze. A final foi entre Estados Unidos e China, com mais uma vitória americana nos pênaltis, por 5 a 4.
2003: 5º lugar, quartas de final
Após uma campanha histórica em 1999, o Brasil chegou ao Mundial de 2003, sediado nos Estados Unidos, com o objetivo de superar o último resultado e garantir um lugar no pódio. Para isso, ele contava com uma jovem promessa de apenas 17 anos, Marta da Silva.
No primeiro mundial da Rainha, a Seleção conseguiu passar bem na fase de grupos, com duas vitórias e um empate. Nas quartas de final, o Brasil enfrentou a Suécia, começou perdendo, conseguiu o empate, mas não segurou. As suecas viraram o jogo e a Seleção Brasileira foi eliminada, ficando em 5º lugar.
Alemanha e Suécia disputaram a final, e a equipe alemã venceu por 2 a 1 e conquistou o primeiro título da história.
2007: Vice-campeão, final
Em 2007 o Brasil teve a melhor campanha em Copas do Mundo da história. Com grandes nomes como Marta, Cristiane e Formiga, a Seleção vinha de boas atuações, com goleadas e um ouro nos Jogos Pan-Americanos.
Na Copa, passou em primeiro lugar na fase de grupos, goleou a Nova Zelândia por 5 a 0, a China por 4 a 0 e venceu a Dinamarca por 1 a 0. Dos 10 gols nessa fase, Marta marcou quatro e Cristiane, três.
Nas quartas, o time brasileiro venceu a Austrália por 3 a 2, e nas semis desbancou ninguém menos que a temida Seleção dos Estados Unidos, em uma goleada por 4 a 0. O Brasil chegava pela primeira vez à final da Copa Feminina.
Em um jogo complicado contra a Alemanha, a campeã na época, o Brasil não conseguiu se impor e foi derrotado por 2 a 0 pelas alemãs e deu adeus ao sonho do título, ficando em segundo lugar.
2011: 5º lugar, quartas de final
Após bater na trave no último Nundial, a Seleção comandada por Jorge Barcellos chegou bem parecida com o time vice-campeão de 2007.
Como estava acostumado, passou com tranquilidade pela fase de grupos, com vitórias sobre Austrália, Noruega e a estreante Guiné Equatorial. Nas quartas, a equipe encontrou uma velha conhecida, os Estados Unidos. O jogo terminou em 1 a 1 no tempo normal, e um gol para cada nas prorrogações. Nos pênaltis, as norte-americanas se sobressaíram e levaram a melhor.
A final foi entre EUA e Japão, e para surpresa, as japonesas venceram as favoritas e conquistaram o primeiro título do país.
2015: 9º lugar, oitavas de final
Com uma Seleção mais madura e com nomes experientes, o Brasil passou bem pela primeira fase, com três vitórias e sem sofrer gols. Ganhou por 2 a 0 sobre a Coreia do Sul, com gols marcados por Marta e Formiga. Contra a Espanha, 1 a 0, gol de Andressa Alves. E passou com tranquilidade pela Costa Rica, com um gol de Raquel.
Nas oitavas, uma novidade na Copa Feminina, que até então ia direto para as quartas, o Brasil perdeu para Austrália por 1 a 0 e adiou o sonho do título inédito. A final repetiu o jogo do mundial anterior, entre Japão e Estados Unidos, mas as americanas levaram a melhor dessa vez, e foram campeãs pela terceira vez.
2019: 10º lugar, oitavas de final.
O Brasil chegou à Copa da França em uma fase complicada, vindo de sete derrotas consecutivas, o técnico Vadão era muito contestado e a principal jogadora, Marta, era dúvida nos jogos, pois havia se recuperado há pouco tempo de lesão.
Apesar dessas questões, a equipe conseguiu passar bem pela fase de grupos, ao lado de Jamaica, Austrália e Itália. Nas oitavas, teve a difícil missão de enfrentar as donas da casa, a França. O jogo foi disputado, as guerreiras insistiram até o fim e levaram as favoritas ao título para prorrogação, mas sofreram a virada e perderam por 2 a 1.
A participação do Brasil nesse Mundial foi marcado por grande apoio e engajamento da torcida, que mesmo em fase difícil, deu suporte as atletas.
Mesmo sem ter ganhado uma Copa do Mundo, a Seleção Feminina carrega um grande legado. Para o Mundial deste ano, a equipe chega renovada, com vitórias no currículo, como a Copa América de 2022 e novos talentos. Tudo isso coloca as guerreiras vivas na disputa para o título inédito.
Fonte: Redação Terra
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