Brasil precisa engajar com a Venezuela mesmo sendo contra regime

A coisa que mais pesa contra a María Corina Machado é o bloqueio dela, pedir abstenção nas eleições de 2012, chamar protestos violentos de 2014 que morreram 40 pessoas. A gente hoje tem uma referência [no Brasil] sobre essas coisas como o 8 de janeiro, lá na Venezuela isso acontecia o tempo todo. Depois ela ter endossado o governo do [Juan] Guaidó. Pablo Uchôa, jornalista e pesquisador da University College de Londres

Acho complicado o presidente Lula se colocar numa situação pessoal e se comparar com a oposição com a Venezuela sob esse aspecto. O que também acho que é necessário, é que o Brasil precisa engajar e continuar engajado com a Venezuela, porque se o Brasil quiser continuar sendo líder na região, ele precisa se engajar com a Venezuela, mesmo que não goste do regime, mesmo que ache que o Maduro seja autocrático, autoritário. Pablo Uchôa, jornalista e pesquisador da University College de Londres

O pesquisador conta que esteve na Venezuela recentemente e deu um panorama sobre quem é María Corina Machado, que havia indicado Corina Yoris para se candidatar. Yoris teve a candidatura impedida, denunciou sua coalização.

Acabei de vir da Venezuela e deu bem para sentir o clima em termo não só de eleições, mas também da dinâmica do governo e oposição. Não é de se surpreender que o governo tente dificultar e impedir a candidatura da María Corina Machado. Pablo Uchôa, jornalista e pesquisador da University College de Londres

María Corina Machado é um nome que tem bastante peso historicamente, porque no passado ela sempre fez a opção de tirar o governo pela via nem sempre exatamente da mais democrática, inclusive com protestos violentos e golpes. Não é uma grande surpresa o governo tentar dificultar. Pablo Uchôa, jornalista e pesquisador da University College de Londres

O especialista diz que agora há um ponto diferente: a suavização do discurso de Machado. Após criticar o presidente brasileiro no início de março, ela agradeceu suas declarações recentes junto com os presidente Emmanuel Macron (França) e Gustavo Petro (Colômbia).

O que é diferente dessa situação é a María Corina Machado ter suavizado o discurso dela e ter evitado voltar para aquele status quo que era da oposição: boicotar a eleição, pedir mais sanções econômicas. Não necessariamente sanções econômicas, mas pedir uma intervenção estrangeira, que no fim das contas acabou se traduzindo por sanções econômicas que a população realmente não gosta, ninguém quer ficar sob sanções. Pablo Uchôa, jornalista e pesquisador da University College de Londres


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