Brasil já tem mais casos de dengue em 2024 do que em todo o ano de 2023 | Jornal Nacional

Brasil já registra mais casos prováveis de dengue este ano do que em 2023

O Brasil já tem mais casos de dengue só em 2024 do que em 2023.

A Talita precisou de hidratação na veia para amenizar os sintomas. Com tanta dor, ela mal conseguia falar.

“Horrível, uma sensação de morrer”, relata ela.

Em 2015, o Brasil teve quase 1,7 milhão de casos. 2023 chegou bem perto disso. Em apenas dois meses e meio, 2024 já tem 1.684.781 notificações de dengue, e já é considerado o segundo pior ano da série histórica. O número de mortes confirmadas por dengue em 2024 no país é quase a metade do que foi registrado em 2023 inteiro — ano com mais óbitos desde 2000. Já são dez estados e o Distrito Federal em emergência por causa do avanço da doença.

10 estados e o DF estão em emergência por causa do avanço da dengue — Foto: Jornal Nacional/Reprodução

Desde fevereiro, mais de 280 pessoas com sintomas graves de dengue foram internadas no Hospital Estadual Júlia Kubitschek, em Belo Horizonte. Na enfermaria, por exemplo, pessoas idosas, com algum tipo de comorbidade, dividem espaço com jovens que nunca imaginaram que as consequências da dengue poderiam levá-los para lá.

O empresário Gabriel Henrique tem 22 anos, está na faixa etária mais atingida pela dengue, e passou por dois postos de saúde e uma UPA. Agora, está internado no hospital.

“Eu tinha outra visão totalmente diferente da dengue. Achava que a pessoa só ficava com o corpo fraco ali. Agora, eu vi que não. Qualquer pessoa está sujeita a ficar internada”, afirma.

O infectologista Carlos Starling diz que tantos casos de dengue já no começo do ano foram causados por vários fatores. Entre eles, as mudanças climáticas que provocaram mais calor e chuva e pela estratégia que vem sendo adotada no combate à doença.

“O combate ao mosquito, da forma como vem sendo feito, principalmente nos momentos de crise, com certeza não funciona. Ou seja, nós temos que combater a dengue o ano todo, o tempo todo. Se o Estado deixa de fazer o seu trabalho, que é condições sanitárias, oferecer condições sanitárias adequadas, coleta de lixo adequado, orientação adequada à população, certamente o estímulo falta”, afirma.

As famílias que convivem há décadas com o assombro do aedes aegypti, agora se preocupam com o avanço da dengue entre as gerações mais novas. A menina quietinha não combina com a energia de sobra de quem tem 5 anos. Valentina chegou ao posto de saúde em BH com febre alta e moleza no corpo. Ficou em observação tomando soro por uma hora até voltar para casa, onde ganhou um mimo da avó.

“O coração corta, porque se a gente já acha pesado para nós mesmo, a dor insuportável, a gente não quer para o filho, que não tem toda essa resistência que nós temos”, diz o motorista de aplicativo Natanael dos Reis Jacob, pai da Valentina.

O Ministério da Saúde reforçou que o momento é de intensificar a prevenção, o cuidado e agir conjuntamente com governadores, prefeitos e toda a sociedade para eliminar os focos do mosquito da dengue.

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