Banco Africano de Desenvolvimento espera investir 1,4 mil milhões de euros em Angola até 2029

“Uma gota de água no oceano”, atendendo aos desafios do país, disse o representante local da instituição.

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) pretende investir, até 2029, em Angola, 1,5 mil milhões de dólares, “uma gota de água no oceano”, atendendo aos desafios do país, disse o representante local da instituição.

Segundo o representante do BAD em Angola, Pietro Toigo, atualmente a instituição financeira tem uma carteira ativa de projetos no país lusófono de 1,2 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros) e uma expectativa de investimento de 1,5 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros) nos próximos cinco anos.

“Pode parecer bastante, mas é uma gota no oceano, considerando os desafios demográficos de empregabilidade e da transformação que Angola enfrenta atualmente”, disse Pietro Toigo quando discursava na cerimónia de lançamento da Estratégia Nacional de Angola 2024-2029 e de celebração dos 60 anos do BAD, quinta-feira à noite.

Pietro Toigo referiu que no desenvolvimento da estratégia pretendem procurar mais parcerias e plataformas de cofinanciamento, para minimizar custos de implementação e maximizar recursos, manifestando satisfação com as várias colaborações com outras instituições de França, Japão, Banco Europeu de Investimento e China.

O representante do BAD em Angola agradeceu a confiança e abertura destes parceiros, comprometendo-se a trabalhar para expandir as oportunidades, saudando a entrada do Brasil no compacto lusófono, que “irá impulsionar esse mecanismo de aceleração do desenvolvimento do setor privado nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa [PALOP]”.

“Com os seus profundos conhecimentos na área agrícola, um setor dinâmico e uma experiência recente de transformação económica e redução da pobreza, o Brasil será um parceiro incontornável para o BAD e Angola”, frisou.

Como banco do continente africano, prosseguiu Pietro Toigo, o BAD vai contribuir não apenas com recursos financeiros, mas com conhecimento e partilha de experiências.

Para o setor privado, o responsável sublinhou os desafios no financiamento de empresas privadas em Angola, admitindo que, desde a entrada de Angola no BAD, em 1980, “nunca houve investimentos” para esta franja.

“Queremos mudar isso. Perante uma diversificação económica que acelera, reformas macroeconómicas estabilizantes e uma estratégia para abertura ao investimento privado, achamos fortemente que temos as condições para mudar esta lacuna histórica”, disse.

O responsável salientou que pretendem criar as condições para acelerar o investimento privado, apoiando a capacidade do setor público na estruturação de parcerias público privadas, através de instrumentos de mitigação de riscos, bem como serviços de assistência técnica e jurídica ao setor público e privado.

Em declarações à imprensa, o ministro do Planeamento angolano, Victor Hugo Guilherme, disse que o BAD pode ajudar o setor privado a transformar as suas ideias em projetos financiáveis.

“O desenvolvimento de um país passa pelo setor privado e o BAD está aberto a apoiar o setor privado neste aspeto e nós abraçamos essa ideia do banco africano, mas também solicitamos ao banco que apoie o setor privado sobretudo na elaboração dos próprios projetos”, destacou.

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