Avião Boeing 747 da Venezuela é cortado ao meio após ser apreendido pelos EUA

O raro Boeing 747-300 venezuelano apreendido na Argentina pelos EUA já teve seu fim declarado e foi visto sendo picotado.

Foto – Marvin Spotter


Um dos poucos 747-300 que estava em operação no mundo foi retido no Aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, em julho de 2022, após chegar do México com escala na Venezuela para levar peças automotivas para a Argentina. Naquele dia, tudo deu errado para a companhia aérea venezuelana Emtrasur Cargo, parte da estatal Conviasa.

Como a chegada na capital portenha aconteceu em condições climáticas adversas, com bastantes chuvas, o Jumbo precisou ser desviado para Córdoba, onde esperou o tempo melhorar em Buenos Aires, até que decolasse novamente rumo à capital do país.

Horas depois, o avião decolou para Ezeiza e descarregou as peças automotivas normalmente. No entanto, as autoridades argentinas notaram algo estranho: a tripulação não era completamente venezuelana, mas sim composta, em sua maioria, por iranianos.

Surgiu a suspeita de que, apesar do avião estar no nome da Emtrasur, ele era ainda operado pela Mahan Air, uma empresa aérea iraniana que era a dona do jato até fevereiro daquele ano, e que teria vendido ele para a Venezuela.

A Mahan Air está na lista de sanções dos EUA por ter transportado pessoal e armas das Forças Quds, Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica, um grupo paramilitar do governo do Irã que faz o trabalho “mais sujo” quando comparado com as tropas regulares do exército do país.


E já que os Quds estão na lista de sanções americanas, nenhum dos fornecedores de combustíveis na Argentina aceitou abastecer a aeronave, com negativas similares ocorridas no Paraguai e Brasil. A Emtrasur então teria conseguido um fornecedor em Montevidéu, no outro lado do Rio da Prata, mas após a decolagem o 747 teve sua entrada no espaço aéreo uruguaio negada pelo mesmo motivo das sanções e precisou retornar para Buenos Aires.

Logo após o caso repercurtir nacionalmente e internacionalmente, o governo dos EUA identificou que as pessoas que estavam na aeronave também eram alvos de sanções e solicitou que a Argentina não liberasse a saída do jato, entrando com pedido de apreensão do jato pelo Departamento de Justiça americano.

O pedido foi aceito e no início deste mês, após mais de um ano parado, o 747-300 voou para um aeroporto remoto na Flórida, voado por pilotos americanos contratados.

“O avião americano apreendido foi transferido por uma companhia aérea iraniana sancionada em uma transação que violou as leis de controle de exportação dos EUA e beneficiou diretamente o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica, que é uma organização terrorista designada”, disse o Procurador Assistente Matthew G. Olsen da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça.

Agora surgiram novas imagens do Jumbo, sendo desmanchado e indicando que realmente irá virar sucata, apesar de reportes iniciais apontarem que ele poderia ser incendiado em treinamento dos bombeiros do sul da Flórida.

Sendo assim, a história do único 747-300 venezuelano se conclui, restando apenas 3 unidades do modelo na ativa no mundo: uma na Mahan Air do Irã, outra na Transaviaexport da Bielorússia e uma VIP no governo da Arábia Saudita.



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