Rio Paraguai – (Foto: Divulgação)
Ontem (13), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) proclamou uma situação crítica de escassez quantitativa dos recursos hídricos para a região hidrográfica do Paraguai, afetando os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
A decisão, tomada durante a 27ª reunião deliberativa extraordinária da ANA, prevê a implementação de condições especiais para o uso da água na região até 31 de outubro de 2024, com possibilidade de prorrogação dependendo da persistência da crise hídrica.
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de MS (Semadesc), Jaime Verruck, destacou a gravidade da situação. “O comportamento dos rios e a frequência das chuvas estão abaixo da média histórica, o que impactou significativamente o nível das águas no Pantanal, impedindo a cheia típica da região neste ano,” afirmou.
Os diretores da ANA justificaram a medida baseando-se em pareceres técnicos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Serviço Geológico do Brasil (SGB), evidenciando a necessidade de uma resposta coordenada para manejar a crise. Uma Sala de Crise foi estabelecida para monitorar a situação e inclui a participação de diversas instituições, como o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec/MS) e o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).
Os impactos da escassez já são sentidos, principalmente no abastecimento de água e na navegação. Em Corumbá, por exemplo, a Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul) teve que instalar uma bomba adicional para garantir a captação de água do Rio Paraguai, diante da previsão de níveis ainda mais baixos do rio.
Além das medidas emergenciais, a ANA está coordenando estratégias de ajustes operacionais em reservatórios e melhorias no uso da água para setores de agricultura e indústria, refletindo um esforço conjunto para garantir a sustentabilidade hídrica na região.
O governador Eduardo Riedel planeja reuniões com representantes das Secretarias estaduais e a Semadesc para definir ações integradas de segurança hídrica, saúde, segurança pública e atendimento aos povos tradicionais, mostrando a seriedade com que o governo estadual está tratando a questão.
“Estamos em um momento crucial para a gestão dos nossos recursos hídricos e a resposta precisa ser rápida e eficaz. O monitoramento contínuo das condições hídricas e climáticas é fundamental para antecipar e mitigar os efeitos desta crise,” concluiu Leonardo Sampaio, gerente de Recursos Hídricos do Imasul.
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