Arbitragem do Brasil não pede socorro. Pede profissionalização e respaldo

Gritaria contra árbitros sempre houve. Em 2015, Levir Culpi passou o segundo turno do Brasileirão gritando que o campeonato estava manchado. Em 1982, o Grêmio reclamou de uma bola tirada de dentro do gol com a mão de Andrade, no terceiro jogo da final contra o Flamengo. Em 1980, 1981 e 1987, o Atlético colocou na arbitragem a culpa pelas derrotas para o rubro-negro. Em 1971, Armando Marques anulou um gol de cabeça de Leivinha contra o São Paulo e, em 1973, deu o título à Portuguesa ao errar a conta numa decisão por pênaltis. Em 1963, o Milan reclamou que não houve pênalti de Maldini em Almir, que resultou no gol do bi mundial do Santos.

Chega de más lembranças, ou vamos voltar a 1902, Germânia x Mackenzie, primeiro jogo oficial de campeonato neste país.

A maior crise da arbitragem brasileira não é esta. Aconteceu em 2005, quando dois árbitros confessaram participar de tentativas de manipulação de resultados. Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon, excluídos do futebol, nunca foram presos. Por mais de dez anos, os árbitros entravam em campo para partidas no Brasil recebidos aos gritos de “Edílson.” O nome virou sinônimo de ladrão.

Quase vinte anos depois, as sérias investigações do Ministério Público de Goiás denunciaram dezessete jogadores e não há indício de nenhum árbitro envolvido.

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, declarou semana passada que não pode afirmar que a arbitragem está 100%. Não está mesmo. Precisa urgentemente de profissionalização de um grupo de árbitros e de respaldo, que a comissão nacional presidida por Wilson Seneme não oferece.

No final do domingo, foi preciso que a Abrafut (Associação de Árbitros de Futebol do Brasil) indicasse entrada com processo no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A comissão não fez nenhuma manifestação sobre a lisura de seu quadro, neste final de semana. O resultado é que os apitadores estão cada vez mais pressionados e isto só serve para aumentar o risco de erro.


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