Angola deve manter taxa de juro inalterada até final do ano

“Na nossa opinião, as taxas de juro vão manter-se inalteradas no resto do ano; antevemos que a inflação abrande gradualmente para menos de 23% no final de 2024 face ao período homólogo”, escreveram hoje os analistas do departamento africano desta consultora britânica num comentário, à decisão, na sexta-feira, de manutenção da taxa de juro de referência nos 19,5%.

 

A Oxford Economics admite que esperava um aumento de 0,5 pontos percentuais, abaixo da média dos analistas consultados pela Bloomberg, que previam uma subida de 0,75 pontos percentuais estimando “que o banco central precisasse de sinais mais fortes de um abrandamento na inflação para manter a taxa inalterada”.

O Comité de Política Monetária do BNA decidiu manter a taxa de juro em 19,5%, face à desaceleração do crescimento de preços na economia, resultante da relativa melhoria da oferta de bens essenciais de consumo e do controlo da liquidez.

Na conferência de imprensa de apresentação da decisão, o governador angolano, Tiago Dias, salientou que foram também mantidas a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez, em 20,5%, e a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez, em 18,5%.

Se não houver alteração dos preços, a perspetiva é que as taxas de inflação mensal continuem a cair, afirmou, apontando: “Isto faz com que nós vamos situar-nos num patamar de taxas de inflação mensais inferiores às taxas de inflação mensais observadas no mesmo período do ano passado”.

Atualmente a taxa de inflação homóloga está em 30%, “muito acima” do objetivo de inflação à volta dos 23%, reconheceu o governador, salientando, no entanto, que já se nota “um abrandamento em termos de taxas mensais da inflação, a inflação continua a subir sim, mas a um ritmo menos sustentado que aquilo que nós vínhamos observando até ao mês de abril”.

Para a Oxford Economics, apesar de o BNA ter já subido a taxa diretora em 1,5 pontos percentuais este ano, “a taxa de juros real caiu ainda mais em território negativo”, devido à diferença entre a taxa praticada nos bancos e a taxa real, feita fora do sistema bancário, na economia informal.

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