O Haiti registrou uma alta de 60% de deslocados no último trimestre devido à violência de gangues. As Nações Unidas revelaram que o país caribenho iniciou junho com mais de 578 mil pessoas vivendo nessa situação.
De acordo com o Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, pelo menos 85% dos haitianos vivem abrigados em famílias anfitriãs, enquanto os restantes 15% habitam em acampamentos.
Chegada em massa de pessoas de Porto Príncipe
Dados recolhidos pela Organização Internacional para as Migrações, OIM, revelam que a capital haitiana, Porto Príncipe, teve um aumento de deslocados de 15%. A alta chegou a 130% no Grande Sul por causa do influxo de pessoas da principal cidade do Haiti.
Com a crise impactando a vida de milhões de pessoas, os indicadores chegaram a extremos considerados preocupantes em áreas-chave, incluindo o acesso aos alimentos. Em relatório sobre as perspectivas alimentares até outubro, o Haiti aparece na lista de países e territórios de “maior preocupação devido à escalada da violência por grupos armados”.
Pelos parâmetros do Programa Mundial de Alimentos, PMA, e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, esse nível inclui pontos críticos, em risco ou ainda com populações já em situação de desastre ou expostas à piora de fome para níveis catastróficos requerendo “atenção urgente”.
Primeira entrega alimentar
Com a reabertura do aeroporto de Porto Príncipe e a retomada gradual das atividades de auxílio, a comunidade humanitária vê chances de reforço de sua presença e operações no Haiti.
Junho começou com a primeira entrega alimentar de 60 contêineres realizada após uma interrupção em março. O avanço permitirá que sejam mantidas operações essenciais na capital haitiana e noutras áreas do país caribenho.
O Ocha destaca que o desafio continua sendo o baixo financiamento disponível para realizar ações de ajuda, apesar de ter havido um aumento ligeiro nas últimas semanas.
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