“Agendadores”, nova profissão em Luanda ajuda a resolver dificuldades com vistos para Portugal

Nas vésperas da visita do primeiro-ministro, Luís Montenegro, a Angola, que deve incluir uma passagem pelo futuro Consulado de Benguela, a Lusa fez uma ronda pelas agências e pelo centro de vistos em Luanda para saber quais as preocupações dos angolanos, que cada vez em maior número procuram ir para Portugal.

O problemas dos agendamentos, primeiro passo para quem queira solicitar ao consulado a emissão de um visto, foi o mais referido.

Em declarações à agência Lusa, João Nimi, administrador adjunto da agência de viagens Lumafer, referiu que o sistema de agendamentos da VFS, empresa contratada para o processo, é a maior dificuldade, porque devia abrir uma vez por semana, mas não tem acontecido, causando bastante constrangimento.

João Nimi sublinhou que, devido a esta situação, a agência tem evitado a receção de pedidos de vistos, numa média semanal de 15, admitindo que há “muita gente a querer emigrar”, o que justifica os atrasos que, às vezes, se verificam na tramitação do processo.

No que se refere à aceitação e concessão de vistos, João Nimi disse que, mesmo com a recente alteração na aplicação da lei portuguesa para estrangeiros, “os processos têm entrado de forma normal”, salientando que a embaixada tem concedido vistos com facilidade, desde que sejam cumpridos na íntegra os requisitos, sendo a falta de comprovação de meios de subsistência um dos motivos de recusa.

“Os vistos CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa] continuam a sair, os vistos de procura de trabalho – que são os que neste momento têm mais procura – continuam a sair com bastante facilidade”, destacou.

Segundo João Nimi, a dificuldade em agendar através do site da VFS gerou uma nova forma de subsistência em Luanda. São “miúdos de 15, 16 anos que ficam a controlar o sistema durante o dia todo até abrir”, a quem deu o nome de “agendadores”.

“Porque não tem dia, hora exata, para abrir, é a estas equipas que estamos a recorrer para conseguirmos agendamentos”, explicou João Nimi, salientando que, devido à dificuldade, os preços vão aumentando para quem quer agendar vaga.

“Se o site fica duas, três semanas, sem abrir é motivo suficiente para aumentar mais 30 ou 40 mil kwanzas (42,2 euros). O ano passado, por esta altura, cobrávamos 60 mil kwanzas (63,3 euros), no máximo 80 mil kwanzas (84,4 euros). Nesta altura os agendamentos estão a custar acima de 150 mil kwanzas (158,3 euros), há quem cobre 250 mil kwanzas (263,9 euros) para ser prioridade”, frisou.

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