O governo da província sul-africana de KwaZulu-Natal está a construir os primeiros cinco quilómetros de um muro de betão ao longo da fronteira com Moçambique, para travar a saída de viaturas furtadas e contrabando de mercadorias.
De acordo com a imprensa sul-africana, trata-se de um projeto lançado em 2020 pelo Departamento de Estradas e Transportes KwaZulu-Natal e pelo Departamento Nacional de Obras Públicas e Infraestruturas (DWPI), mas que ficou suspenso no ano seguinte por dificuldades de financiamento e com o empreiteiro.
Numa reunião realizada em 06 de março último, as autoridades envolvidas neste projeto atualizaram o progresso da obra, anunciando que a construção de mais de cinco quilómetros de muro em Umkhanyakude, junto à fronteira sul de Moçambique, já está em curso, de um total previsto de oito quilómetros para a primeira fase, que cobre o parque de elefantes de Tembe.
As autoridades sul-africanas, citadas pela imprensa local, justificam a retoma do projeto com a “pressão social” provocada pelos constantes casos de furto de automóveis naquele país, que têm como destino Moçambique, bem como o contrabando de vários produtos naquela fronteira.
A primeira fase da empreitada, avaliada em 2,1 milhões de euros, arrancou em 17 de novembro de 2023, para se prolongar durante 12 meses, após a seleção de um novo empreiteiro. A segunda fase desta obra prevê a continuação do muro por mais oito quilómetros, e a terceira mais nove quilómetros na fronteira, até ao rio Pangolo, custando ambas 13,2 milhões de euros.
Em julho de 2023, quando foi contratado o novo empreiteiro para construir este muro, a governadora de KwaZulu-Natal, Nomusa Dube-Ncube, adiantou que a região costeira de Umkhanyakude, que dista cerca de 78 quilómetros da Ponta do Ouro, em Moçambique, tem sido “atormentada há vários anos por crimes transfronteiriços, especialmente roubo de automóveis, que originam homicídios”.
Desde janeiro de 2023, a Polícia Sul-Africana (SAPS, na sigla em inglês) reforçou com mais de 100 meios operacionais o combate ao crime na região norte da província de KwaZulu-Natal, que faz fronteira com Moçambique e Essuatíni (antiga Suazilândia), segundo a força de segurança.
Estima-se em mais de dois milhões o número de moçambicanos que trabalham nas minas, campos agrícolas, restauração, transportes públicos e comércio informal, na África do Sul, a economia mais desenvolvida do continente.
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