“Adesão foi de quase 100%” na greve dos docentes em São Tomé e Príncipe

São Tomé e Príncipe – Os professores e educadores de São Tomé e Príncipe iniciam esta sexta-feira, 1 de Março, uma greve por tempo indeterminado. “A adesão  neste primeiro dia foi de quase 100%. Os professores vivem uma situação insuportável”, afirmou a secretária-geral do Sindicato dos Professores e Educadores de São Tomé e Príncipe, Vera Lombá.

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Os professores e educadores de São Tomé e Príncipe começaram esta sexta-feira uma greve por tempo indeterminado. “Com esta greve estamos a tentar ver se o governo negoceia uma melhoria para as condições de trabalho e também de salário. Em São Tomé e Príncipe, os professores têm salários muito baixos e como o custo de vida está insuportável, não aguentamos esta situação”, descreve a secretária-geral do Sindicato dos Professores e Educadores de São Tomé e Príncipe (SINPRESTEP), Vera Lombá.

O caderno reivindicativo da classe docente contempla 22 pontos, com destaque para o aumento do salário: “no ponto onze, pedimos um aumento salarial para 10.000 dobras. Se formos a ver de acordo com o custo de vida, [este valor] é praticamente nada, mas já nos ajudaria a estar um pouco desafogados porque em termos financeiros a situação está muito má. Com a introdução do IVA em 2023, os preços subiram muito. Está insuportável um professor aguentar com o seu salário do dia um a dia 31”, explica a líder sindical.

Na semana passada, o primeiro-ministro Patrice Trovoada afirmou “existirem condições para aumentar o salário de base os docentes”. A secretária-geral do Sindicato dos Professores e Educadores de São Tomé e Príncipe responde às declarações do primeiro-ministro, dizendo que “há outras profissões que estão a ser muito mais valorizadas que nós. Claro que a situação está má. Toda a gente sabe que há problemas financeiros, mas se o primeiro-ministro pensasse melhor e quisesse mesmo atender aos nossos problemas, ele seria capaz”. 

O executivo não reagiu ao primeiro dia de greve dos professores e educadores. A dirigente sindical lembra que a quarta ronda de negociações entre o governo e o sindicato não foi conclusivo; “as propostas que lhes apresentaram eram propostas que já tínhamos apresentado nos anteriores encontros. A proposta de ontem foi pior do que as propostas anteriores. Estamos abertos para negociação, o governo também diz que está aberto à negociação, mas quando nos apresenta propostas, não parecem propostas de quem quer negociar, parecem propostas de quem quer impor uma determinada situação”.

Os professores e educadores estão determinados e querem ser “ouvidos pelo governo – queremos a dignificação, a valorização da classe docente porque não tem sido feita por nenhum governo”. 

Neste primeiro dia de greve foi registada uma participação à greve de quase 100%.“Pelas informações que temos porque andamos nas escolas, estamos próximos de 100%, tanto de manhã, tanto no período da tarde. Houve uma adesão muito grande porque a insatisfação também é muito grande. Os professores estão a precisar que o governo os ouça e dê atenção à nossa situação”, descreve.

Em Janeiro, a ministra da Educação, Isabel Abreu, reconhecia que o sector da Educação estava a passar por um “momento difícil”, questionando o “futuro da Educação em São Tomé e Príncipe”. Na altura, a ministra da Educação garantia que o governo estava a trabalhar para a melhorar a qualidade do ensino e resolver problemas, nomeadamente, problemas de transportes escolares e de infra-estruturas.

“Se a ministra que faz parte governo dizia isso, imagine nós, que estamos de fora. Claro que [o estado do sector da Educação] é preocupante, mas se os governos lhe tivessem dado mais atenção e fosse uma prioridade, possivelmente estaríamos um pouco melhor. Infelizmente dizem que vão fazer mais e que é uma preocupação, mas na realidade pouco tem sido feito”, concluiu a secretária-geral do Sindicato dos Professores e Educadores de São Tomé e Príncipe, Vera Lombá.

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