Publicado 31/08/2023 22:55 | Editado 01/09/2023 07:36
A Europa e os EUA estão há anos patinando na tentativa de superar a crise econômica de 2008/2009, potencializada pela Pandemia de 2020. Os números da Zona do Euro mostram que a região atualmente está em recessão técnica, com queda no PIB em dois trimestres consecutivos. Nos EUA a agência Bloomberg anunciou, nesta quarta-feira (30), que “os rendimentos do Tesouro (americano) caíram ao longo da curva depois que o PIB dos EUA subiu a um ritmo anualizado de 2,1% no segundo trimestre, abaixo da estimativa anterior do governo. Um indicador da indústria mostrou que foram criados menos empregos do que o previsto pelos economistas”. A Bloomberg acrescenta que uma pesquisa sobre a confiança dos consumidores teve resultados igualmente desalentadores. Em fevereiro, o diretor da Agência do Congresso americano para o Orçamento (CBO, na sigla em inglês), Phillip Swagel, já afirmava que em 2023 a economia do país iria ficar estagnada. Apesar de tudo isso, segundo as pitonisas atlantistas e seus papagaios, quem está afundando é a China. Chamada desta quinta-feira (31) do Estadão faz menção a um suposto “Declínio Evidente da China”, repetindo o que a mídia do império, como The Economist e Wall Street Journal, vem martelando nos últimos tempos. Não se enganem, não é análise, é torcida, e as previsões são feitas por pitonisas interesseiras.
Profetas em campanha
Esse coro das pitonisas inclui “conselhos” sobre como é arriscado investir na China que seria, no dizer do presidente dos EUA, Joe Biden, uma “bomba-relógio” prestes a explodir. São os profetas trabalhando para que suas profecias se concretizem. A China de fato apresenta problemas no setor imobiliário, mas crescerá em 2023 em torno de 5%, se não for mais, pois o governo chinês está investindo fortemente no estímulo ao consumo e ao crédito. De qualquer maneira, é seguro afirmar que será um crescimento que irá superar confortavelmente seus rivais mais próximos. Em artigo publicado nesta quinta-feira, no jornal Avante! (órgão central do Partido Comunista Português), Luís Carapinha, membro da Seção Internacional do PCP, em artigo intitulado “Profetas de Campanha”, lembra a torrente de previsões catastróficas sobre a China que têm entulhado o noticiário, mas ressalva que existem vozes minoritárias na própria mídia hegemônica que destoam do coro: “Um colunista avisa para os ‘investidores poderem concluir que as autoridades chinesas estão simplesmente a brincar com os mercados globais’, sublinhando que ao ‘eliminar a especulação e alavancagem’ (endividamento), Pequim está a ‘preparar o terreno para um investimento mais eficiente e produtivo’. Outro lembra que ‘o verdadeiro desequilíbrio chocante é o nível extraordinariamente elevado do investimento no produto da China – atualmente 44% do PIB’ – que, acrescente-se, é tudo o que há muito está ausente das economias estagnadas dos EUA e restantes potências do G7”.
China: O Cemitério das previsões apocalípticas
Segundo Carapinha “sem dúvida que o fato de a maior parte da dívida chinesa estar denominada em yuans, envolver a banca estatal, dominante, e do fluxo de capitais não ter sido liberalizado dá outra margem de manobra à política econômica da China, fatores que os mentores do pânico econômico chinês anseiam por ver alterados” e acrescenta, certeiro: “Há um cemitério de previsões apocalípticas relativas à China nas últimas décadas. Mais do que assente em indicadores objetivos, a campanha em curso configura uma manobra de diversão e de inversão da realidade, perante o inquietante agravamento do panorama econômico próprio – e a China continua a crescer muito acima das principais potências capitalistas e, ao contrário destas, a registar aumentos palpáveis dos salários reais –, coincidindo com a cimeira do BRICS e a sua ‘histórica expansão’, nas palavras de Xi Jinping. Insere-se, ao mesmo tempo, na frente de desestabilização da China, na guerra econômica e tecnológica conduzida pelo imperialismo norte-americano e visa escamotear os efeitos ‘colaterais’ da estratégia de desacoplagem e confrontação de Washington. Efeitos inegáveis, refletidos num quadro de estagflação, nos riscos econômicos de Wall Street, no espectro da recessão, já realidade na Alemanha, e perspectivas sombrias para o comércio e economia mundiais”.
EUA contra a Nicarágua: impacto na FSLN e no processo político
O título acima é o de um recente artigo de Narciso Isa Conde, ativista e escritor dominicano. No texto, Conde se propõe a analisar os atuais acontecimentos envolvendo a Nicarágua sandinista, incluindo a cisão nas fileiras sandinistas, o conflito com a Igreja Católica etc. Podemos não concordar com todos os aspectos da análise do autor, mas ele aborda corretamente a essência do problema: a centralidade da luta anti-imperialista como elemento fundamental para se posicionar diante do cenário político nicaraguense. Vale a pena ler, clicando aqui.
União Europeia planeja enviar tropas para mais países da África Ocidental
A União Europeia dispõe-se a lançar uma nova denominada “missão civil-militar” na África Ocidental, na região do Golfo da Guiné, com o propósito anunciado de, dizem, “combater o terrorismo”, noticiou a imprensa em Berlim. Embora outras missões criadas a pretexto do dito “apoio à luta contra o terrorismo” no Mali, no Burkina Faso e, mais recentemente, também no Níger, sobretudo com tropas francesas, tenham servido, segundo as autoridades de alguns destes países, para impor a presença militar estrangeira e não para combater os grupos terroristas, a UE pretende enviar novos contingentes militares para países oeste-africanos – assinala o jornal alemão Welt am Sonntag. A região inclui, entre outros países, a Costa do Marfim, Benin, Togo, Camarões, Guiné Equatorial, Nigéria e Gabão. Estes três últimos países figuram entre os maiores produtores de petróleo da África subsaariana, destacam especialistas. No Mali e Burkina Faso, onde nos últimos tempos chegaram ao poder militares para dirigir governos de transição, a presença de missões militares de países que integram a UE foi considerada ineficaz e desnecessária no combate contra grupos terroristas. Apesar disso, os países que integram a União Europeia acordaram o início da chamada “missão civil-militar” em países do Golfo da Guiné a partir do próximo outono europeu (que começa na segunda quinzena de setembro), o que vai na contramão de decisões tomadas por diferentes países desta região da África. No Níger, rico não em petróleo mas em urânio, o Conselho Nacional de Salvação da Pátria, criado após a deposição por militares do presidente Mohamed Bazoum, em 26 de julho passado, não pretende a continuação do contingente militar francês ali estacionado desde 2013 a pretexto do denominado “combate ao terrorismo”. Fonte: Avante!
Diosdado Cabello: “Os EUA sempre mentem”
A agência Xinhua informa que o primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, denunciou nesta segunda-feira (28) que os representantes dos Estados Unidos nunca cumprem sua palavra quando se comprometem e afirmou que a nação americana “sempre mente”. “Os (líderes) americanos sempre mentem e quando se comprometem com sua palavra nunca a cumprem”, enfatizou Cabello, referindo-se a conversas anteriores que Caracas manteve com representantes de Washington. Através da televisão estatal venezuelana, Cabello destacou que “os Estados Unidos não têm que interferir nos assuntos internos de ninguém; costumam fazê-lo porque se autodenominam o império mais poderoso do mundo, acreditam que tudo tem que passar pelas suas mãos e com o seu consentimento”. Durante uma conferência de imprensa da direção nacional do PSUV, o também chefe da bancada pró-governo no parlamento disse que “os Estados Unidos acreditam que podem controlar o mundo inteiro, desde que o comandante Chávez chegou eles travaram uma guerra contra a Venezuela, às vezes secretamente e agora deliberadamente e abertamente”. Neste sentido, o chefe partidário manifestou a sua desconfiança com a possibilidade de a Casa Branca mudar a sua posição em relação à Venezuela e avançar para uma relação pacífica de respeito mútuo. Porém, Cabello ressaltou que seu país é um território de paz e não representa nenhum tipo de ameaça para ninguém. Além disso, o líder venezuelano considerou que o normal, lógico, racional e diplomático é que nenhum país utilize as suas embaixadas no mundo para atacar outros países; no entanto, afirmou que tal premissa infelizmente não se aplica aos Estados Unidos.
Irã: Não é necessário sorrir para o Ocidente se temos o BRICS e a Organização de Cooperação de Xangai
Durante uma coletiva de imprensa realizada em Teerã nesta segunda-feira, o presidente iraniano Ebrahim Raisi (foto) afirmou que o envolvimento da República Islâmica nas transações comerciais com a América Latina, África e Ásia experimentou um aumento de 14% em relação a agosto de 2021, quando o atual governo tomou posse. O presidente rejeitou o conselho de “sorrir para os EUA ou para alguns países europeus” que é frequentemente dado. “Não esperamos o seu sorriso e não fazemos com que a economia e a vida das pessoas dependam da sua vontade.” A este respeito, enfatizou que existe “uma oportunidade muito boa, chamada aliança global BRICS e Organização de Cooperação de Xangai”. Além disso, Raisi indicou o “fracasso” dos inimigos do seu país nos seus objetivos de impedir o crescimento da produção e da economia iranianas. Mencionou o trabalho que o seu governo está a realizar para reduzir a influência do dólar americano no preço dos bens essenciais. O presidente condenou a decisão do Ocidente de “deixar a mesa de negociações com o Irã” e instou o Japão a seguir uma política externa livre da influência dos EUA e a devolver os bens congelados do Irã. Fonte: RT.
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