Venda de casas em Portugal caiu 18,7% (está em mínimos desde 2017) — idealista/news

Em 2023, o mercado de compra e venda sentiu – e muito – os efeitos das mudanças económicas, marcadas por uma elevada inflação e subida de juros nos créditos habitação. Tanto assim foi que a venda de casas em Portugal caiu 18,7% em 2023 face ao ano anterior, atingindo “o registo mais baixo desde 2017”, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira.

“Foram transacionados 136.499 alojamentos em 2023, traduzindo-se numa redução de 18,7% relativamente a 2022 e correspondendo ao registo mais baixo desde 2017”, começa por explicar o INE no boletim publicado esta quinta-feira, dia 18 de julho.

As casas usadas continuaram a representar a maioria das vendas no nosso país. Mas também foi sentida uma maior queda nas transações das habitações existentes do que nas das casas novas, tal como mostram os dados:

  • Casas usadas: foram vendidas 108.380 unidades em 2023, menos 21,4% face ao ano anterior;
  • Casas novas: foram compradas 28.119 habitações, correspondendo a uma queda anual de 6,1%.

Com a menor venda de casas durante 2023, também foi movimentado menos capital no mercado residencial português. “O valor das habitações transacionadas em 2023 fixou-se em 28 mil milhões de euros, uma redução de 11,9% relativamente ao ano anterior”, aponta o instituto. A maioria deste valor corresponde a compra de casas usadas (cerca de 20,1 mil milhões de euros), que terá caído 16,5% face a 2022. Já as casas novas movimentaram 7,9 mil milhões de euros, mais 2,6% face ao ano anterior.

Também houve menos avaliações bancárias realizadas no âmbito da concessão de crédito habitação. Em concreto, foram realizadas aproximadamente 106.300 avaliações de habitações em 2023, menos 11,3% do que um ano antes. Mas o INE destaca que esta redução do número de avaliações ficou “aquém da redução de 18,7% apurada no número de transações”.

Além disso, em 2023, “o número de avaliações realizadas representou 77,8% do total de transações de alojamentos familiares, mais 6,5 pontos percentuais face ao ano anterior e a percentagem mais elevada desde 2010”, lê-se ainda no documento.

Vendas caem, mas preços das casas continuam a subir

Embora a venda de casas tenha descido durante o ano passado, os preços da habitação em Portugal continuaram a aumentar. Isto é explicado pelo facto de continuar a existir falta de oferta de casas no mercado português compatíveis com os rendimentos familiares.

“O preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1.611 euros/m2 , um aumento de 8,6% relativamente ao ano anterior”, destaca o gabinete de estatística português. Como seria de esperar o município de Lisboa registou o preço mais elevado do país (4.167 euros/m2).

Em 2023, 50 municípios apresentaram preços das casas (medianos) superiores ao valor nacional. Estes concelhos estão localizados maioritariamente nas sub-regiões Algarve (14 em 16 municípios), Grande Lisboa (todos os 9 municípios), Península de Setúbal (8 em 9 municípios) e Área Metropolitana do Porto (7 em 17 municípios).

De notar ainda que o preço mediano da habitação manteve-se acima do valor nacional nas sub-regiões da Grande Lisboa (2.740 euros/m2), Algarve (2.613 euros/m2), Península de Setúbal (1.901 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (1.889 euros/m2) e Área Metropolitana do Porto (1.800 euros/m2).

Crédito: Link de origem

- Advertisement -

Comentários estão fechados.