“A trajetória da mudança populacional neste último grupo de países e áreas terá uma grande influência na dimensão e no momento do pico populacional a nível global”, lê-se no relatório hoje divulgado pela Divisão de População do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da organização, intitulado “Perspetivas da População Mundial para 2024”.
Os outros países destacados pela ONU são o Irão, o Níger, a República Centro-Africana, a República Democrática do Congo, a Turquia, o Vietname e a Somália e a previsão é que o número de pessoas que vive nestes nove países aumente 38% até 2054. Nalguns casos o relatório destaca que as populações poderão duplicar, pelo que se prevê que mais de um quinto do aumento projetado da população mundial entre 2024 e 2054 se concentre neste grupo de países, que inclui Brasil e Angola.
No caso do Brasil, o relatório destaca ainda que, sendo em 2024 o sétimo país mais populoso do mundo, deverá atingir um pico no início da década de 2040, com cerca de 220 milhões de pessoas.
Depois disso, prevê-se que a população do Brasil comece a diminuir, caindo para 163 milhões em 2100, altura em que se estima que a população brasileira seja 26% menor do que no seu pico e 23% menor do que em 2024 (com uma probabilidade de 92% de que a dimensão da população do Brasil tenha diminuído até 2100).
“Devido a este declínio e ao rápido crescimento populacional de outros países, é provável que o Brasil veja a sua posição no ‘ranking’ dos países mais populosos do mundo cair até 2100”, antevê a ONU.
O relatório não detalha o caso de Angola nem contém referências a outros países lusófonos, à exceção de Portugal.
O documento considera que, em sociedades com baixa fecundidade e altas taxas de envelhecimento, a imigração será, até 2100, “o principal motor da mudança” e da dinamização demográfica.
“A migração internacional está entre as principais tendências demográficas que estão a moldar o nosso mundo. Ao gerir os desafios e aproveitar as oportunidades, podemos acelerar os esforços para alcançar um desenvolvimento inclusivo e sustentável”, destaca a ONU no documento.
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