O que dizia a última mensagem do brasileiro que foi fazer mochilão no Peru e não voltou? Veja cronologia do desaparecimento | Distrito Federal

Artur Paschoali desapareceu em 2012 durante mochilão no Peru. — Foto: Arquivo pessoal via BBC

“Ele falou que estava tudo bem e que estava quase virando gerente de um hostel”, lembra a mãe, Susana Paschoali.

Artur, à época com 19 anos de idade, estudava na Universidade de Brasília (UnB) e tinha viajado com os amigos para o Peru em setembro de 2012. Ele decidiu estender a viagem em um mochilão sozinho e desapareceu no dia 21 de dezembro daquele ano.

O Ministério das Relações Exteriores afirmou, em nota enviada ao g1, que acompanhou, por meio da Embaixada em Lima, o caso desde que foi notificado e manteve estreito contato com a família e autoridades locais. Segundo o Itamaraty, a atuação foi conforme tratados internacionais e legislação local (veja nota completa abaixo).

Veja a cronologia do caso, que segue sem solução:

  • Setembro de 2012: Artur viaja com os amigos para o Peru.
  • Dezembro de 2012: O jovem decide estender a viagem sozinho por mais uma semana. Ele estava trabalhando no vilarejo de Santa Teresa, localizado perto de Machu Picchu.
  • 20 de dezembro de 2012: Artur manda a última mensagem para a mãe falando que estava tudo bem e que “estava quase virando um gerente de hostel”.
  • 31 de dezembro de 2012: Sem ter mais notícias, os pais de Artur embarcaram para o Peru. A família ligou para albergues da cidade de Santa Teresa, e o dono de um hostel avisou que tinha um jovem desaparecido na região.
  • Janeiro a maio de 2013: Os pais de Artur ficaram quatro meses no Peru depois do desaparecimento do filho. A mãe do jovem conta que ela e o marido sofreram ameaças de morte, mas não desistiram da busca. Eles recebiam informações anonimamente de pessoas da região.
  • De 2013 a 2016: Pai viaja para o Peru em diferentes momentos para participar de investigação. A polícia do Peru passou a investigar o caso como um crime e não somente como desaparecimento. Mas ninguém foi preso.

Vilarejo de Santa Teresa, onde Artur desapareceu, fica próximo de Machu Picchu. — Foto: Reprodução/Google Maps

Susana Paschoali, mãe de Artur, diz que a frustração é uma das maiores dores. “Você sabe que poderia ser diferente, mas não teve possibilidades”, afirma ela.

“Tentamos muito, vendemos coisas, fiquei cinco meses, meu ex-marido ficou quase três anos indo e voltando. É como se a gente achasse que poderia saber algo, mas não nos foi permitido”, diz a mãe de Artur.

Ela acredita que o filho tenha morrido dias após a última mensagem, em dezembro de 2012. Por outro lado, o ex-marido dela e pai de Artur acha que o filho está vivo, segundo Susana.

“O povo da cidade queria nos ajudar, mas a gente sempre esbarrava em uma determinação policial ou em alguém que tivesse o poder na região”, diz Susana Paschoali.

Quem era Artur Paschoali?

Estudante brasileiro desaparece no Peru

A mãe diz que o filho era extremamente carinhoso. Em um Dia das Mães, ele estava em uma viagem com colegas e enviou uma mensagem para Susana dizendo que todos os dias eram dela.

“O jeitinho dele era muito amoroso. Chegava perto e já abraçava”, diz Susana.

O jovem, que era apaixonado por viagens, em 2024, estaria com 31 anos. “Eu sinto que ele era um menino aberto, zen. Ele era muito do mundo”, diz a mãe.

“O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada em Lima, acompanhou detidamente o caso desde que foi notificado a respeito, em contato constante com a família do brasileiro e em coordenação estreita com as autoridades locais. A atuação consular do estado brasileiro deu-se em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local.

Em observância ao direito à privacidade e ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, o Ministério das Relações Exteriores não fornece dados detalhados sobre casos individuais de assistência consular a cidadãos brasileiros.

No que tange às investigações, sugere-se consulta às autoridades peruanas responsáveis.”

Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

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