O Governo angolano vai comprar três robôs e respetivos simuladores, no valor de seis milhões de dólares (5,5 milhões de euros), para cirurgia robótica em hospitais da província de Luanda e Cabinda, segundo um despacho presidencial.
O mesmo despacho, datado de 08 de julho e a que a Lusa teve hoje acesso, autoriza a despesa e formaliza a abertura da contratação simplificada para a compra dos robôs a serem instalados no Complexo Hospitalar de Doenças Cardiopulmonares em Luanda e no Hospital Geral de Cabinda.
O Presidente de Angola, João Lourenço, justifica a medida com a “necessidade imperiosa” de implementação da cirurgia robótica no país, no sentido de se garantir uma melhor prestação do serviço de assistência médica às populações.
João Lourenço recebeu em finais de maio passado uma equipa de avaliação de cirurgia robótica integrada por especialistas estrangeiros dessa técnica avançada, ocasião em que foi abordada a aplicação em Angola da cirurgia robótica como recurso para tratamentos de alta complexidade.
Alguns pacientes e familiares relataram recentemente à Lusa situações dramáticas no acesso aos serviços de saúde pública em Angola e afirmaram que negligência, mau atendimento, falta de medicamentos e de recursos humanos são responsáveis pelo acelerar das mortes hospitalares.
O presidente do Sindicato Nacional dos Médicos Angolanos, Adriano Manuel, acusou o Governo angolano de não financiar os hospitais, situação que está a levar ao aumento das mortes nas unidades de saúde devido à falta de medicamentos, reagentes e meios de diagnóstico.
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