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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, revelou, em Washington, onde está para participar na cerimónia comemorativa do 75.º aniversário da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), cimeira que decorre até quinta-feira, que enviou uma carta ao secretário-geral da Aliança a “formalizar o compromisso de atingir os 2% da despesa orçamental com a Defesa um ano antes do que estava previsto, em 2029”. Segundo o chefe de Governo, será feito um “esforço para incrementar” este objetivo — mas Montenegro sublinhou querer “dizer aos ao portugueses que é um esforço que tem retorno na área económica”.
Segundo o primeiro-ministro, a aposta será “centrada na tecnologia, no conhecimento já existente sobre materiais e equipamentos, como os drones, em que Portugal já tem uma competitividade significativa”. Aliás, Montenegro considerou mesmo que a cimeira é uma oportunidade de “programar” com os parceiros “o desenvolvimento de oportunidades” na área industrial da defesa em todas as suas vertentes, dos equipamentos, ao armamento, passando pelos fardamentos.
“O investimento que está previsto fazer-se pelos estados-membros da NATO e pelos parceiros da Aliança nos próximos anos são de uma dimensão nunca antes materializada”, recordou o primeiro-ministro em declarações aos jornalistas antes de um jantar na residência oficial de Portugal em Washington, acompanhado dos ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e da Defesa Nacional, Nuno Melo. Por isso, fez questão de explicar os dois objetivos governamentais.
“O nosso objetivo tem uma vertente securitária direta de contribuir, porque é nossa obrigação, para o reforço da capacidade da Aliança, que nos defende a todos, não defende especificamente este ou aquele. Além disso, esta forma de projetar a atividade económica nesta dimensão é uma possibilidade de termos algum retorno do investimento que estamos a fazer”, reforçou.
Logo no início da sua declaração, Montenegro assegurou que “tem sido uma honra pode estar em Washington na evocação dos 75 anos da mais longa aliança multilateral do mundo, que tem sido fundamental para manter a paz e procurar a paz em muitas geografias”.
Tal como os líderes dos estados-membros da Aliança que têm falado, o líder do Governo português defendeu que “a maior ameaça” que a NATO enfrenta está na Europa, destacando toda a ajuda que tem sido dada — não só pelo organismo, como também pela UE e até em acordos bilaterais, como o que Portugal assinou — para ajudar a Ucrânia a lutar contra a agressão que foi alvo por parte da Rússia.
Sobre uma potencial nova presidência norte-americana de Trump e possíveis consequências na política da NAT, Montenegro defendeu não ser cordial emitir opiniões sobre resultados eleitorais de outros países. Ainda assim, recordou que “há compromissos que estão muito além das dinâmicas da política interna de cada país”.
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