Morreu Mário Rui Silva, músico e investigador que dedicou a sua vida à música angolana

Mário Rui Silva, guitarrista, cantor, compositor, professor e investigador angolano morreu na última quinta-feira em Lisboa, vítima de doença.

Mário Rui Silva é dos nomes maiores da música angolana, à qual dedicou grande parte da sua vida, com o propósito de a perpetuar na cultura e na história do país.

Aprendeu a tocar viola com a ajuda da irmã mais nova e, aos nove anos, em 1961, começou a sua história na cena musical nacional. Integrou o grupo “Os Jovens”, que abandonou em 1968 para se dedicar à aprendizagem do violão acústico.

Em 1972, foi lançado o álbum Angola72, de Bonga, e no qual Mário Rui Silva foi guitarrista. Num período em que os movimentos independentistas ganhavam força, a veia nacionalista do artista foi impulsionada pela amizade com Liceu Vieira Dias, músico e político angolano, que acabou por se tornar no “pai espiritual” de Mário Rui Silva. Com ele, juntamente com Domingos Van-Dúnem, Manuel dos Passos e Nino Ndongo, fundou o popular grupo Ngola Ritmos, que ditou muito de como seria a estrutura musical do Semba nos anos seguintes a 1974.

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A nível internacional, o músico e co-fundador do popular grupo Angola Ritmos trabalhou com artistas como Francis Bebey e Ewanjé dos Camarões.

O seu importante trabalho de pesquisa e investigação conta com a edição de vários CDs sobre a música angolana dos anos 40, incluindo Chants d’Angola pour Demain (Cantos de Angola para Amanhã, 1994), Luanda 50/60 ANGOLA” (1997) e Luanda 1940 Angola (2002) e assinou os ensaios “Ensaio de Mário Rui Silva para uma Gramática Comparativa, Português-Kimbundu, para Falantes de Língua Portuguesa” e “Estórias para a História da Música em Angola“. Escreveu também o argumento do filme Angola – Histórias da Música Popular (de Jorge António, 2005).

A sua discografia conta ainda com uma série de álbuns dedicados à música popular e folclórica, nomeadamente As Pessoas, O Meio e o Tempo“, Sungaly, Tunapenda Afrika, Koizas Dum Outru Tempu, entre outros.

Em 2022, Mário Rui Silva foi distinguido com o Prémio Nacional de Cultura e Artes, pelo seu contributo para a divulgação da música e cultura angolana a nível internacional.

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