Seleção feminina adiciona tecnologia aos treinos e estreia tela tática na preparação às Olimpíadas | seleção brasileira

A seleção feminina iniciou sua preparação final na Granja Comary, aos Jogos Olímpicos de Paris. O trabalho contou com uma novidade que vai seguir nos dias de preparação da delegação em Teresópolis. As movimentações tiveram o acompanhamento de uma tela tática. O objetivo é filmar as jogadas e depois orientar as atletas mostrando a evolução dos lances em um grande telão. Gabi Nunes celebrou a tecnologia, que está sendo usada pela primeira vez em uma seleção do país.

– Aquilo ali se chama TT, tela tática. Eles trouxeram isso para a gente nessa convocação para momentos dos treinos. Quando acontece um momento que está com dúvida e a gente pode melhorar nesse lance ele já para ali na hora e mostra para no próximo fazermos diferente. Está sendo bem importante, bem novo para a gente também, bem impressionada com as tecnologias que vêm avançando no mundo do futebol e a gente utilizando com certeza isso pode fazer diferença dentro de campo – afirmou Gabi Nunes.

O trabalho com a tela tática foi adquirido depois de uma pesquisa entre clubes e seleções para utilizar tecnologias que pudessem otimizar o tempo na seleção feminina. A comissão técnica viu o uso em clubes como Roma e também o Athletico-PR. Para o analista de desempenho Cristian Lizana, o principal ponto é buscar a evolução já no momento do treino e não esperar o dia seguinte para orientar a correção no trabalho seguinte.

– Com esse feedback ao vivo a gente consegue qualificar o treino. A gente não tem que encerrar um período de treinamento e depois avaliar as imagens e em um próximo momento buscar uma evolução. Dentro da própria sessão a gente consegue ir aumentando o desempenho delas ao longo desse processo – disse Cristian Lizana.

Grupo observa tela tática — Foto: Imagens Franciane Dahm

A equipe de analistas é formada por três profissionais. Além de Cristian, formam o time André Batista e Bruno Faust. Um deles fica postado em uma torre de frente para o campo. Do local, ele filma a movimentação que é enviada em tempo real para a tela tática. A equipe se movimenta no coletivo e, quando surge uma dúvida sobre posicionamento ou jogada, o treino é paralisado para que o grupo receba as orientações com as imagens feitas pouco tempo antes com diversos tipos de recortes dos movimentos. Antonia nunca havia trabalhado com a metodologia e celebrou a novidade.

– Não tinha tido ainda essa tecnologia, é muito importante. Acredito que tudo vale para que seja somado. Mostra um diferencial. No treino já mostra um lance, a gente já discute. Tudo que é feito para evolução é bem-vindo – afirmou Antonia.

Jogadoras observam orientações de Arthur Elias na tela tática — Foto: Staff Images / CBF

A tela tática não será apenas utilizada na Granja Comary. O Brasil irá levá-la à França para que também o trabalho siga com ela por lá. Para o técnico Arthur Elias, será importante até mesmo pelo tempo curto entre os jogos com a possibilidade de somente um treinamento nesses intervalos.

– O trabalho na seleção do ponto de vista físico de momento de atleta é desafiador porque você precisa individualizar para conseguir colocar todas na melhor condição. Mas o trabalho da mentalidade, trabalho tático ele é feito com muito olhar estratégico e técnico no sentido de ser muito específico para os nossos objetivos. É diferente de um clube onde você tem uma preparação maior para a temporada e aqui eu conto com as melhores jogadoras. Elas têm essa capacidade de pegar as coisas rápido. Então a preparação é bem específica para a primeira fase. Já chegar contra a Nigéria tendo entendido como jogar contra a Nigéria, mas também sabendo já como atuar contra Japão e Espanha. Temos essa visão estratégica para que fique claro e de forma confortável para a jogadora simplesmente relembrar antes do jogo, pois temos um treino só antes de cada jogo. Então já vamos ter trabalhado com imagens. Ainda que seja com pouco tempo temos bastante competência no grupo para otimizar o tempo – afirmou Arthur Elias.

A seleção feminina permanece na Granja Comary até o dia 17 de julho, quando se desloca ao Rio de Janeiro para o embarque rumo a Bordeaux, cidade francesa na qual será a estreia nas Olimpíadas contra a Nigéria, no dia 25 de julho. O grupo das 18 convocadas ainda está incompleto. O restante das atletas chega na próxima terça-feira, quando se apresentam Marta, Rafaelle, Kerolin e Adriana, além de Lauren e Angelina, que estão entre as quatro suplentes.

Arthur Elias em frente à tela tática — Foto: Staff Images / CBF

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