Javier Milei, na sua primeira visita ao Brasil como presidente da Argentina, atacou o socialismo por restringir as liberdades e criar corrupção num discurso no domingo para um conservadorismo liderado pelo ex-presidente brasileiro de extrema direita Jair Bolsonaro.
Lendo a partir de um discurso preparado no evento CPAC Brasil 2024, Milei não fez qualquer menção ao Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo quando os apoiantes de Bolsonaro entoaram insultos sobre o líder esquerdista e pediram a sua prisão.
Milei faltou à cimeira presidencial do bloco comercial do Mercosul, no Paraguai, na segunda-feira, onde finalmente se encontraria com Lula, líder do principal parceiro comercial da Argentina. Em vez disso, decidiu assistir ao comício do seu aliado de direita, Bolsonaro.
Milei criou tensões nas relações com o governo brasileiro ao chamar Lula de “corrupto” e “comunista” numa publicação na rede social X na semana passada – o mais recente de uma série de insultos. Lula já exigiu no passado um pedido de desculpas de Milei.
Após o discurso, a multidão aplaudiu Bolsonaro, dizendo que o querem de volta ao poder, apesar de ele estar proibido de se candidatar a cargos electivos até 2030 por ataques à democracia, e sob investigação por outros supostos crimes durante os seus quatro anos de mandato.
A CPAC Brasil tem como objectivo angariar apoio para os candidatos do partido de Bolsonaro nas eleições municipais deste ano e projectar a sua influência antes da corrida presidencial de 2026.
O evento, anunciado como o primeiro grande comício da oposição na campanha para as eleições municipais de Outubro, também serviu para unir os líderes da direita nas Américas.
O antigo candidato presidencial chileno José Antonio Kastadiscursou no comício, tal como o antigo ministro boliviano Branko Marinkovic, apresentado como possível candidato às eleições presidenciais do próximo ano na Bolívia.
Políticos de direita de Portugal e El Salvador também discursaram durante o evento.
Bolsonaro, que discursou no sábado, disse que a direita está a ganhar terreno internacionalmente, na Itália e na França, e disse esperar que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seja reconduzido à Casa Branca este ano.
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