Nos últimos anos, tem se observado uma mudança significativa no comportamento dos jovens em relação ao lazer e à vida noturna. O que antes era sinônimo de baladas animadas e noitadas intermináveis, agora parece estar dando espaço a um estilo de vida mais focado na calmaria, no bem-estar e na saúde.
Uma questão que surge é se os jovens de hoje estão mais cansados que as gerações anteriores. Segundo a psicóloga clínica Ana Paula Ribeiro, o ritmo de vida acelerado e a constante pressão por desempenho acadêmico e profissional contribuem significativamente para esse cansaço. “Os jovens de hoje são frequentemente bombardeados com expectativas elevadas desde cedo, o que pode levar a níveis crônicos de estresse e exaustão,” explica.
Além disso, a presença da tecnologia e das redes sociais também desempenha um papel importante nesse fenômeno. Ana Paula aponta que a constante conectividade e a necessidade de estar sempre atualizado nas redes sociais podem causar uma sobrecarga cognitiva. “A pressão para manter uma presença online ativa e a comparação constante com os outros podem aumentar a ansiedade e o cansaço mental entre os jovens,” afirma. “Então é natural que eles não queiram sair.”
O estilo de vida sedentário promovido pelas horas passadas em frente a telas é outro fator que contribui para o aumento do cansaço entre os jovens. “A inatividade física não apenas afeta a saúde, mas também pode impactar negativamente nas vontades dos jovens,” diz. Ela enfatiza a importância de equilibrar o tempo de tela com atividades que promovam a saúde do entretenimento.
Por fim, o impacto das mudanças socioeconômicas também não pode ser ignorado. A psicológa observa que a instabilidade econômica e a incerteza quanto ao futuro são fontes adicionais de estresse para a geração atual, o que faz com que evitem gastar dinheiro em “rolês”. “Os jovens de hoje enfrentam desafios econômicos, como o aumento do custo de vida e a competição acirrada no mercado de trabalho, o que pode contribuir para um sentimento de desânimo e uma necessidade exagerada de guardar dinheiro para o futuro”, finaliza.
Chá e biscoito é melhor que cerveja e petiscos?
Para muitos jovens, a resposta para essa pergunta é sim!
Camila da Silva, recepcionista, e Gregory Alves, vendedor, ambos na casa dos 20 anos, afimam que a balada deixou de ser a primeira opção de diversão. “Eu nunca gostei de frequentar esse tipo de lugar, nunca me identifiquei. Por isso, minha escolha de estilo de vida foi totalmente em prol da minha saúde mental”, comenta Camila. Quanto aos benefícios, ela diz poder listar vários. “Alimentação saudável, uma rotina de treinos constantes, a melhora na minha qualidade de sono. São infinitos!”
Enquanto as preferências dos jovens continuam a evoluir, é claro que a “geração saúde” está deixando sua marca no cenário cultural. A busca por um estilo de vida equilibrado, que valoriza o bem-estar físico e emocional, parece estar moldando novas formas de socialização e entretenimento. A balada pode não estar “morta”, mas está certamente passando por uma reavaliação em um mundo onde a saúde e o equilíbrio pessoal são cada vez mais valorizados.
Gregory comenta que passou por um período de depressão, o que o fez repensar suas escolhas de diversão. “Eu cheguei a frequentar muitas festas por muito tempo, até me abdicar disso, já que eram entretenimentos ‘vazios’. Eu estava muito feliz na hora, mas quando chegava em casa, parecia que a felicidade descia do meu corpo, ‘pelo ralo’.”
Para os jovens que estão pensando em deixar de lado as baladas, Gregory aconselha. “Só depende de você. Ir para baladas, festas e eventos mais ‘barulhentos’, não é uma coisa horrível. Mas, digo por mim, um ambiente mais calmo é mil vezes melhor. Então, o primeiro passo é seu, é sua escolha. Daí em diante, as coisas começam a fluir. Então, comece!”
Crédito: Link de origem
Comentários estão fechados.