Lula viaja ao Paraguai para cúpula do Mercosul sem Milei e que vai oficializar entrada da Bolívia

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca na manhã desta segunda-feira (8) para Assunção, capital do Paraguai, onde será realizada a 64ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. 

A Cúpula marcará o encerramento da presidência do Paraguai do bloco, que agora será presidido pelo Uruguai. Durante o evento, os chefes de Estado tratarão de questões comerciais e devem, ainda, oficializar a entrada da Bolívia ao grupo após o país aprovar uma lei neste sentido. 

Atualmente, compõem o Mercosul como países membros Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A Venezuela também faz parte do grupo, mas foi suspensa em 2017 por descumprir regras do protocolo de adesão. Compõem o bloco ainda como países associados, além da Bolívia que entrará de forma oficial, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. 

Durante a cúpula em Assunção, os chefes de Estado terão discussões sobre a defesa da democracia, visto que o encontro ocorre uma semana após uma tentativa de golpe de Estado na Bolívia e logo depois de um evento da extrema direita no Brasil que contou com a participação do presidente da Argentina, Javier Milei. O mandatário argentino, inclusive, não participará da cúpula do Mercosul. 

Lula fará um discurso durante o evento, terá um almoço com chefes de Estado e realizará reuniões bilaterais. No fim da tarde, embarcará para a Bolívia, onde deve se encontrar com o presidente Luís Arce, o ex-presidente Evo Morales e outras autoridades do país. 

Mauro Vieira

Em evento que antecede a participação de Lula, nesta segunda-feira (8), na sessão Plenária dos Presidentes do Mercosul, o chanceler brasileiro Mauro Vieira alfinetou Milei, que não deve participar da reunião, lembrando as tentativas de golpe na Bolívia e no Brasil.

“Não posso começar esse meu pronunciamento sem me referir, logo de início, à tentativa de golpe de estado ocorrida, há pouco mais de 10 dias, na república da Bolívia. Quero aqui me solidarizar com minha contraparte e amiga Celinda Sosa. No Brasil também tivemos de enfrentar, ainda nos primeiros dias deste terceiro mandato do presidente Lula, uma tentativa de reverter, por meio da violência, a vontade soberana do povo, expressa nas urnas. No Brasil, assim como na Bolívia, a democracia venceu – e tenho certeza de que sairá mais forte”, discursou Vieira.

Ao final de sua fala, o chanceler brasileiro voltou a falar da importância da “democracia” e da “paz” para integração da região, em novo recado à ultradireita fascista.

“Para enfrentar os desafios globais e fortalecer a nossa região, devemos, primeiramente, fortalecer nosso bloco, com instituições robustas, maior integração de nossas cadeias produtivas, mais cooperação e, acima de tudo, com a constante defesa dos nossos princípios fundadores: a paz e a democracia como elementos-chave do processo de integração”, concluiu.

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