O Brasil está de volta às Olimpíadas no basquete masculino. Em um jogo marcado por atuação incansável na defesa e muita garra e emoção, a seleção venceu a Letônia por 94 a 69 e garantiu vaga em Paris 2024. Depois de um primeiro quarto irretocável, com direito a um lance incrível de Bruno Caboclo, a equipe manteve a pegada no restante da partida. O pré-olímpico foi disputado na casa dos adversários e teve ginásio lotado na capital Riga, neste domingo. Jogadores e comissão técnica comemoraram a classificação às lágrimas.
Com o desfalque prévio de Raulzinho, os brasileiros precisaram superar também a baixa de Yago, que se machucou durante o segundo quarto. Veterano de Londres 2012 e Rio 2016, Marcelinho Huertas, aos 41 anos, foi o responsável pela distribuição de jogadas, com ajuda de Georginho. Muito emocionado, foi abraçado e aplaudido pelos companheiros no fim do jogo. Mas a vitória do Brasil foi coletiva, com destaque para o trabalho no sistema defensivo e o aproveitamento nas bolas de três pontos. O cestinha do jogo foi, mais uma vez, Bruno Caboclo, com 21 pontos.
O Brasil se junta aos outros 11 classificados para os Jogos. O país estará no Grupo B, junto com Alemanha, Japão e França. A estreia dos brasileiros será dia 27 de julho, contra os donos da casa.
Será a terceira participação do Brasil no século 21, e a segunda vez que o basquete masculino se classifica para as Olimpíadas desde Atlanta 1996, últimos Jogos com Oscar. O basquete brasileiro não esteve em Sydney 2000, Atenas 2004, Pequim 2008 nem Tóquio 2020. Conseguiu classificação em Londres 2012, jogou na Rio 2016 por ser país-sede e agora novamente conquistou uma vaga sonhada e suada.
Primeiro quarto com nível NBA
O primeiro quarto da seleção foi nada menos que perfeito. Os brasileiros cercaram os adversários e dominaram o garrafão nos rebotes. No sistema ofensivo o aproveitamento foi de 100% nas bolas de longa distância: 8 de 8 nos arremessos para três pontos. Georginho de Paula e Leo Meindl foram responsáveis pelo feito, com a colaboração surreal de Bruno Caboclo, que no estouro do relógio acertou uma bola de antes do meio da quadra.
O Brasil sofreu um susto no segundo quarto. Já sem a presença prévia de Raulzinho, lesionado no primeiro jogo do pré-olímpico, a seleção perdeu Yago no início da parcial, passando a depender somente de Marcelinho, único armador que restou, e da ajuda de Georginho, ala que também joga na armação. Com a entrada de Benite, Gui Santos e Felício, a equipe mostrou a força do seu banco. A vantagem, que chegou a 23 pontos, ficou em 16 no fim do primeiro tempo.
No terceiro quarto, o Brasil voltou a fechar o cerco da defesa. Leo Meindl chegou ao sexto rebote defensivo. Gui Santos também disputou cada bola com disposição, ganhando espaço entre os titulares, e o time chegou a impressionantes 26 pontos de vantagem.
Diante do seu torcedor, a Letônia foi para o tudo ou nada nos últimos 10 minutos de partida. Os brasileiros cederam três “turnovers” (perda da posse de bola) logo no primeiro minuto de partida. Experiente, Marcelinho Huertas parou a reação dos adversários. O armador cadenciou o jogo e converteu bola importante de três pontos. A Letônia tentou reagir com violência, como no lance da cotovelada de Rairis em Caboclo.
Nem assim a equipe europeia conseguiu parar o Brasil, que deixou para trás no pré-olímpico Montenegro, Camarões, Filipinas e, por último, os donos da casa.
- 1ºQ: Letônia 11 x 34 Brasil
- 2ºQ: Letônia 22 x 15 Brasil
- 3ºQ: Letônia 13 x 23 Brasil
- 4ºQ: Letônia 6 x 11 Brasil
Minha medalha: a prata do Brasil no basquete em Atlanta 1996
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